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Reintegração de posse que faria mais de 100 famílias deixarem área do Dnit às margens da BR-452 é suspensa em Uberlândia


O juiz federal Lincoln Rodrigues de Faria decidiu pela suspensão, que será válida até o dia 31 de março. Agora, as famílias terão até essa data para saírem do local. A TV Integração conversou com moradores da região, que se disseram assustados e preocupados com o fato de terem de sair de lá, já que muitos não têm para aonde ir.

A suspensão da reintegração de posse ocorreu após o advogado Igino Marcos ter recorrido da decisão. Com isso, o Dnit terá prazo de 15 dias para apresentar cronograma de desocupação/remoção e informar às autoridades policiais o dia e horário para cada uma das etapas, desde que respeitado o prazo de suspensão estabelecido (até o dia 31 de março).

A reportagem procurou o Dnit, o órgão em nota respondeu que não foi notificado da decisão.

Famílias que vivem às margens da BR-452 em Uberlândia devem deixar área

Famílias que vivem às margens da BR-452 em Uberlândia devem deixar área

Na terça-feira (15) o MG1 mostrou os moradores do assentamento tinham recebido uma notificação para deixarem a área. A decisão da Justiça ocorreu em razão de uma ação movida pelo Dnit, já que as famílias estão na área de domínio da rodovia federal.

Em seguida, os moradores receberam no último dia 9 de fevereiro um mandado de reintegração de posse avisando que eles teriam 10 dias para saírem de lá. O documento foi entregue de casa em casa e foi resultado de um processo que começou há cerca de 3 anos.

O advogado Igino Marcos é quem acompanha a situação por parte dos moradores.

“São pessoas que já foram despejadas de ocupações ou aluguéis e agora recebem essa notícia. Então, ao invés de a Prefeitura já ter cadastrado isso, já que estão aqui há 8 anos, esperam chegar nessa situação. Tem deficiente, mulher grávida, gente doente, então sem dar nenhuma alternativa vão jogar na rua. E assim eles vão voltar para o centro da cidade para pedir esmola”, explicou.

Sobre o assunto, a TV Integração entrou em contato com a Prefeitura no dia 15 de fevereiro para saber se gostaria de se pronunciar e a resposta na data foi que “ainda não havia sido informada sobre a decisão da Justiça”. Nesta sexta-feira (18), o g1 voltou a entrar em contato para saber se já tomou conhecimento e se gostaria de se pronunciar.

Local às margens da BR-452, próximo ao Bairro Morumbi, onde pessoas moram em Uberlândia — Foto: Reprodução/TV Integração

Local às margens da BR-452, próximo ao Bairro Morumbi, onde pessoas moram em Uberlândia — Foto: Reprodução/TV Integração

Um dos barracos que fica na área às margens da BR-452 em Uberlândia — Foto: Reprodução/TV Integração

Um dos barracos que fica na área às margens da BR-452 em Uberlândia — Foto: Reprodução/TV Integração

Atualmente, cerca de 120 famílias vivem em dezenas de barrancos de madeira e lona próximos da rodovia. A situação é de vulnerabilidade e de risco, já que há várias torres de energia estão próximas.

“Sempre vivemos com madeira e lona. Já tirou eu de lá, já fiz três barracas aqui já. Aí vai tirar de novo. Essa é a terceira vez que vão tirar nós”, comentou a catadora de recicláveis Lorinete Alves Brito.

Segundo o também catador de recicláveis, Gilmar Agostinho da Silva, eles moram lá pelo fato de não terem condições de pagar aluguel, já que a renda não passa de R$ 800 por mês.

“Foi o lugar que eu achei para fazer um barraquinho, então eu peguei esse lugar aqui. Não dá para pagar R$ 500 de aluguel, pois quando eu tiro muito [dinheiro] eu tiro R$ 800 por mês”, detalhou.

O local também abriga o Agustinho Francisco Varge, que é desempregado. Ele explicou que o sustento do barraco em que ele vive junto ao filho vem de “bicos” e doações.

Além disso, com 63 anos, ele também diz enfrentar problemas para arrumar empregos. Ele e o filho estão doentes, sendo o filho por causa de drogas, enquanto ele está com câncer de próstata, aguardando uma cirurgia considerada de urgência, que ainda não tem data.

“É muito triste, você não sabe o dia de hoje, não sabe o dia de amanhã. Tá dormindo e uma hora chove, molha, fica uma coisa muito estranha. Falam que vão arrancar”, concluiu.

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Fonte: G1


18/02/2022 – Paranaíba e Máximus FM

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