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Três das 5 principais hidrelétricas do Triângulo têm queda no nível dos reservatórios; estiagem pode repetir cenário do ano passado


A análise feita pelo g1 comparou os dados atualizados pelo ONS na quinta-feira (19), com o registrado em 22 de fevereiro.

A reportagem também conversou com o climatologista Lanzoerques Júnior. Ele prevê período de estiagem de 2022 parecido o de 2021, quando o país viveu grave crise hídrica. Veja abaixo.

Relembre: Nível dos reservatórios das 5 principais hidrelétricas do Triângulo está acima de 40%

Situação das hidrelétricas

Mesmo com a queda no nível dos reservatórios das hidrelétricas de Água Vermelha, Marimbondo e São Simão, o volume útil está acima dos 40% nas 5 usinas da região, segundo o ONS. Além das 3 já citadas, fazem parte do sistema Emborcação e Nova Ponte.

Apesar dos níveis dos reservatórios no período, a situação não é a ideal em relação à capacidade total do subsistema, uma vez que o período de estiagem está começando. Também vale lembrar que, quanto mais próximo de 100% da capacidade, melhor.

Veja abaixo a comparação dos níveis dos reservatórios em 19 de maio e 22 de fevereiro e como eles estavam em outros momentos desde junho de 2021.

A hidrelétrica está instalada no Rio Grande, na divisa entre os municípios de Iturama (MG) e Ouroeste (SP). Atualmente, Água Vermelha está com 47,04% do volume útil. Em 22 de fevereiro de 2022, o reservatório estava com 55,7%.

Apesar da queda, a situação atual do lago é melhor do que registrada em janeiro, quando estava em 17,13%.

A usina pode gerar máxima de potência 1.396,200 Megawatts (MW). O lago pode armazenar até 2,13% do volume total do sistema.

Nível do reservatório de Água Vermelha

Volume útil do lago em períodos diferentes desde junho de 2021

Fonte: ONS

Reservatório da usina de Marimbondo — Foto: Reprodução/TV TEM

Reservatório da usina de Marimbondo — Foto: Reprodução/TV TEM

Outra usina que gera energia a partir das águas do Rio Grande, porém, entre os municípios de Fronteira (MG) e Icém (SP), a Usina Hidrelétrica de Marimbondo tem potência instalada de 1.440 MW. Ela representa 2,64% do subsistema Sudeste e Centro-Oeste.

O reservatório é um dos que registrou queda do volume útil em relação a fevereiro. Na quinta-feira (19), o lago tinha 58,22% da capacidade coberta com água, enquanto que no 2º mês do ano tinha 62,04%.

Nível do reservatório de Marimbondo

Volume útil do lago em períodos diferentes desde junho de 2021

Fonte: ONS

Uma das 3 localizadas no Rio Paranaíba, São Simão fica entre Santa Vitória (MG) e São Simão (GO), e estava com 42,76% do volume útil em 19 de maio. Já em 22 de fevereiro, o nível do reservatório era de 61,36%.

A usina opera com seis turbinas, que geram 1.710 MW. A energia produzida é suficiente para abastecer 6 milhões de habitantes.

Nível do reservatório de São Simão

Volume útil do lago em períodos diferentes desde junho de 2021

Fonte: ONS

Torres de transmissão de energia produzida na Usina Hidrelétrica de Emborcação, em Araguari — Foto: Reprodução/TV Integração

Torres de transmissão de energia produzida na Usina Hidrelétrica de Emborcação, em Araguari — Foto: Reprodução/TV Integração

A UHE de Emborcação também está instalada no Rio Paranaíba, porém, em Araguari. Ela é uma das duas hidrelétricas que registrou aumento do volume útil

Na quinta-feira, o lago estava com 69,82% da capacidade. Três meses antes, o reservatório estava com 51,68%.

A hidrelétrica é a maior do Triângulo Mineiro, representando 10,72% do subsistema Sudeste e Centro-Oeste. Emborcação tem uma potência instalada de 1.192 MegaWatts (MW). Isso significa que a energia elétrica máxima produzida abasteceria duas cidades do tamanho de Uberlândia.

Nível do reservatório de Emborcação

Volume útil do lago em períodos diferentes desde junho de 2021

Fonte: ONS

Em 2021, a hidrelétrica registrou a situação mais preocupante, mas na quinta-feira chegou ao melhor nível registrado nas 5 análises feitas pelo g1 até ao momento. A UHE Nova Ponte fica no Rio Araguari, mas faz parte do subsistema do Rio Paranaíba, e representa 11,13% do subsistema Sudeste e Centro-Oeste.

Em 19 de maio o nível do reservatório estava em 53,20%. Situação melhor do que a registrada em 22 de fevereiro, quando estava com 40,91% da capacidade e ainda melhor do que o registrado em agosto de 2021, quando estava com apenas 12,06% do volume útil.

O lago tem volume de 12.792 hm³ e potência instalada é de 510 MW e o nível do reservatório chegou a ser tema de audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Pouco depois da audiência, o volume útil baixou ainda mais, chegando a 10,93%, próximo do nível mínimo permitido para operação estipulado por legislação em 10%.

Nível do reservatório de Nova Ponte

Volume útil do lago em períodos diferentes desde junho de 2021

Fonte: ONS

Em 2021, o Brasil enfrentou rigoroso período de estiagem, o que causou crise hídrica. Por isso, o Governo Federal precisou contratar usinas termelétricas para garantir o abastecimento de energia elétrica, que ficou mais cara.

Para 2022, a tendência é que o período de estiagem seja parecido com o do ano passado, segundo o climatologista Lanzoerques Júnior, que fez uma estimativa a partir dos dados apresentados nas previsões mais recentes.

“Enxergo os dados apresentados neste momento como um período seco igual ao do ano passado, que foi um ano ruim. Ou seja, a previsão é pessimista, pois 2021 foi um ano com período seco bem acentuado. No entanto, não acredito que seja pior, em análise neste primeiro momento”, disse o especialista.

Segundo Júnior, o fenômeno “La Niña” registrado no ano passado permanece ativo. O fenômeno é explicado pela intensificação dos ventos no Oceano Pacífico, resfriando a superfície da água do mar.

“Assim como em outros anos, o Centro-Oeste, Sudeste e Sul devem sofrer mais com o período seco, que é onde o fenômeno ‘La Niña’ continua ativo. Tal fenômeno, quando ativo, desfavorece as chuvas nestas regiões. Por outro lado, por causa do ‘La Niña’, as regiões Norte e Nordeste tendem a ter um período mais chuvoso”, explicou o climatologista.

Com o regime de chuvas afetado, os níveis dos reservatórios das hidrelétricas é diretamente impacto. Porém, para Lanzoerques, não é apenas a produção de energia que muda.

“Hoje não estamos mais com a bandeira de escassez hídrica e os reservatórios estão bem melhores que no passado. Só que eu ainda enxergo o ambiente seco. Os reservatórios estão cheios, mas o ambiente, as paisagens e as cidades estão vendo a umidade caindo bastante”, finalizou Júnior.

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Fonte: G1


22/05/2022 – Paranaíba e Máximus FM

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