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BMW com cinto de grife italiana: a vida de luxo do blogueiro preso suspeito de vender anabolizantes e lavar dinheiro em Uberlândia | Triângulo Mineiro


Um carro avaliado em mais de R$ 750 mil equipado com acessórios de grife italiana. Este era apenas um dos luxos ostentados por Lohan Ramires, blogueiro de Uberlândia, preso na Operação “Má Influência”, suspeito de integrar esquema de venda de anabolizantes.

Além da BMW, o jovem de 29 anos tinha outros veículos caros, morava em condomínio de alto padrão no Setor Sul da cidade, e divulgava viagens e passeios de lancha em uma rede social com mais de 500 mil seguidores.

Veja mais abaixo a vida luxuosa de Lohan, que se tornou alvo de investigação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

O advogado de defesa, Sérgio Pazini disse à TV Integração que vai entrar com pedido de revogação da prisão. Informou ainda que o cliente está disposto auxiliar na investigação e ajudar com qualquer tipo de informação que ele puder prestar para auxiliar na investigação. Veja mais abaixo.

Lohan Ramires foi preso na Operação Má Influência — Foto: Instagram/Reprodução

Lohan Ramires foi preso na Operação Má Influência — Foto: Instagram/Reprodução

Durante oitiva realizada nesta terça-feira (7), o blogueiro confirmou a compra de alguns veículos de luxo, sendo um deles uma BMW X6, cujo modelo mais novo é comercializado a partir de R$ 750 mil. No carro, Lohan ainda investiu cerca de R$ 22 mil em itens opcionais.

Ao promotor Thiago Ferraz, ele também confirmou que comprou uma Porsche Boxster, que era seu sonho de consumo, mas que a vendeu logo após a compra. O modelo mais recente do carro pode custar até R$ 826 mil.

Segundo o Gaeco, a renda para a aquisição do veículo foi obtida na venda de celulares sem origem, possivelmente adquiridos no Paraguai, e revendidos no Brasil sem autorização da fabricante e sem nota fiscal.

“Posteriormente, veículos eram comprados de forma desordenada, inclusive, sendo o mais recente uma BMW, que ele ainda gastou quase R$ 22 mil para colocar um banco de couro vermelho e cinto de segurança de grife italiana, além da compra de um Porsche Boxster, que foram comprados a partir de valores de diversas pessoas, incluindo uma casa de carnes que também é alvo da operação por possível lavagem de capitais”, afirmou Thiago Ferraz.

Após a oitiva, o Gaeco informou que o blogueiro tem 24 horas para entregar a BMW, alvo de mandado de busca e apreensão e que não foi encontrada na operação. Nas redes sociais, Lohan Ramires ainda tem fotos com caminhonetes importadas.

Na rede social na qual tem mais de 500 mil seguidores, o jovem também ostentava viagens para praias do sudeste e nordeste, e cidades do Rio Grande do Sul. Passeios de lancha e moto aquática na Represa de Miranda, em Uberlândia, também são frequentes nas publicações.

Lohan Ramires segura bolo com decoração de celulares vendidos por ele — Foto: Instagram/Reprodução

Lohan Ramires segura bolo com decoração de celulares vendidos por ele — Foto: Instagram/Reprodução

De acordo com Thiago Ferraz, apesar das confirmações dos bens adquiridos por Lohan, a intenção da oitiva desta segunda-feira era esclarecer a movimentação de anabolizantes em Uberlândia.

“Agora, o intuito é chegar às razões para a venda desses medicamentos. O volume é muito expressivo de hormônio de crescimento vendido de forma descontrolada e isso afeta a saúde pública. Já existe uma ação penal imposta em face desse senhor, imputando a prática de tráfico de drogas e outro delito”, disse o promotor.

No depoimento, o blogueiro afirmou que comprou 559 canetas de hormônio para uso pessoal, pois utilizava 36 unidades por semana, o que dá média de 5 aplicações por dia.

Além de Lohan Ramires, o Gaeco está investigando o médico Leonardo Pinder Fontes, que já foi ouvido, e outros médicos. O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) também investiga a utilização a de academias no esquema de venda de anabolizantes.

“Nós já notificamos alguns médicos que venderam esses medicamentos na cidade. Ampliamos o leque de vendas desses médicos, pois há movimentação de hormônio de crescimento dessa mesma empresa que vendeu para o investigado e, agora, vamos focar também nos profissionais de academia, que há possível venda dos produtos por essas pessoas”, concluiu Thiago Ferraz.

O que disse a defesa sobra a oitiva

O advogado de defesa de Lohan, Sérgio Pazini, conversou com a produção da TV Integração e disse que, o cliente esclareceu tudo que tinha que esclarecer, sobre a investigação que existe contra ele. Sobre os medicamentos que foram comprados em Goiânia, sobre as prescrições médicas que o médico passou para ele, sobre os telefones que ele compra e vende. Sobre os débitos tributários, informou que Lohan se comprometeu a acertar e que se colocou à disposição da justiça para esclarecer mais pontos que possa surgir durante a investigação.

Pazini disse ainda que vai entrar com pedido de revogação da prisão, com aplicação de medidas cautelares, se assim a justiça determinar. Sobre estes débitos tributários, o advogado de defesa disse que ainda não foi calculado. Sobre os medicamentos, as mais de 500 ampolas, o advogado disse que o cliente comprou apenas o que foi prescrito para ele e que se houve uma compra a mais no nome de Lohan, não foi feita por ele.

Operação Má Influência

O vendedor de celulares Lohan Ramires foi preso no dia 27 de maio por suspeita de tráfico de drogas e entrada de medicamentos proibidos no país. Ele tem 29 anos e se intitula em uma rede social como “blogueiro”.

A prisão ocorreu na residência da família em um condomínio no Setor Sul, área nobre da cidade. A mãe dele, Cláudia Ramires, também foi presa por suspeita de lavagem de dinheiro. No imóvel, foram apreendidos anabolizantes, joias, bens de alto valor, uma caminhonete, um carro, além de dinheiro em espécie.

A operação também teve outros alvos, entre eles, o irmão de Lohan, Arthur Ramires. Ele foi preso por suspeita de tráfico de drogas, associação para o tráfico, organização criminosa, falsidade ideológica e falsificação de produtos farmacêuticos.

A Operação “Má Influência” foi realizada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e a Coordenadoria Regional da Ordem Econômica e Tributária do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) com apoio das polícias Civil e Militar e é um desmembramento da Operação “Diamante de Vidro”, realizada em agosto de 2021 (relembre abaixo).

Na operação, 14 pessoas foram presas e mais de R$ 120 mil e 40 veículos de luxo foram apreendidos.

Segundo o coordenador do Núcleo de Acompanhamento Criminal da Secretaria de Estado de Fazenda, Flávio Andrada, a partir de agora, um desdobramento da Operação “Má Influência” vai investigar a comercialização de medicamentos restritos. Será a Operação “Popeye”, que, segundo ele, está investigando 125 pessoas em várias cidades de Minas Gerais, suspeitas de comprarem as medicações.

Deste total, mais de 80 investigados são médicos, 22 deles em Uberlândia. A suspeita é que, além da falta de autorização para comercialização, as mercadorias eram adquiridas sem o pagamento de impostos.

Operação Diamante de Vidro

A operação denominada “Diamante de Vidro” foi em referência ao início das investigações, que ocorreu da prisão de três suspeitos de estarem negociando diamantes em Uberlândia, em junho de 2020. Mas, no decorrer das apurações, foi verificado que o material apreendido não se tratava dessa pedra preciosa.

Em 17 de agosto, 117 mandados de prisão, de busca e apreensão, de indisponibilidade de imóveis e de sequestro de veículos, foram cumpridos em Uberlândia, Araguari, Tupaciguara, Paracatu, Córrego Danta (Centro-Oeste de Minas), Jaíba (Norte de Minas), e em São Paulo (SP).

Ao todo, a Justiça de Uberlândia expediu 46 mandados de busca e apreensão, 28 mandados de prisão preventiva, além de indisponibilidade de 14 imóveis e sequestro de 27 veículos e 2 embarcações náuticas. A indisponibilidade de bens e de patrimônio dos alvos investigados decretada pelo Poder Judiciário é de até R$ 13 milhões.

No dia 3 de setembro, o principal alvo da operação foi preso ao chegar em Uberlândia. Ele tinha saído de São Paulo e foi detido em um ônibus de transporte interestadual em um dos acessos à cidade. O suspeito utilizou documento falso para comprar a passagem de ônibus.

Lohan Ramires, preso na operação “Má Influência”, presta depoimento em Uberlândia

Lohan Ramires, preso na operação “Má Influência”, presta depoimento em Uberlândia

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Fonte: G1


07/06/2022 – Paranaíba e Máximus FM

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