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Dia Mundial da Água: relembre a crise hídrica de 2021 e veja situação atual no Triângulo e Alto Paranaíba | Triângulo Mineiro


Nesta terça-feira (22) é celebrado o Dia Mundial da Água. A data foi instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1993 para chamar a atenção sobre a importância do recurso natural e reforçar a necessidade da preservação e conscientização sobre o uso.

Nas regiões do Triângulo e Alto Paranaíba, 2021 foi um ano marcado pela escassez hídrica, o que fez com que moradores colocassem em prática algumas medidas para economizar água.

O g1 relembrou alguns desses momentos e verificou a situação atual de abastecimento das companhias dos municípios de Uberlândia, Uberaba, Patos de Minas e Ituiutaba. Confira.

Escassez, seca e economia

Em junho de 2021, a Agência Nacional de Águas (ANA) declarou situação crítica de escassez hídrica em áreas de 5 estados, incluindo o Triângulo Mineiro. Na época, Uberaba foi um dos municípios afetados pela situação.

O Rio Uberaba, principal manancial de abastecimento público da cidade, apresentou estresse hídrico em virtude da seca histórica que atingiu o Sudeste do país.

A Companhia Operacional de Desenvolvimento, Saneamento e Ações Urbanas (Codau) precisou acionar o sistema de transposição do Rio Claro e programar o fechamento de reservatórios.

Imagem de arquivo da transposição do Rio Claro para o Rio Uberaba em 2021 — Foto: Codau/Divulgação

Imagem de arquivo da transposição do Rio Claro para o Rio Uberaba em 2021 — Foto: Codau/Divulgação

Simara Santos, de 47 anos, é lavadeira e passadeira em Uberaba e foi uma das afetadas no trabalho devido à seca na cidade.

“Às vezes cortavam a água durante todo dia né, das 7 horas às 17 horas. Essa foi uma dificuldade porque eu tinha que lavar roupas no período noturno, para que no outro dia eu tivesse como passar e entregar para os meus clientes”, relembrou.

Para este ano, preocupada em vivenciar a mesma situação, Simara providenciou tonéis de 200 litros para recolhimento de água usada e planeja adquirir uma caixa d’água.

Nas casas, também foi preciso se adaptar, tanto para que não faltasse o recurso, como para economizar na tarifa mensal.

“A água na minha casa é usada para as necessidades básicas das básicas. Eu não lavo o quintal, eu varro. A roupa não lavo em casa. Vou para roça a cada 15 dias e lavo lá. Minha horta é regada só uma vez por dia. Com essas decisões, o valor veio muito mais baixo”, contou a moradora do Bairro Ilha de Marajó, de 54 anos, Lílian Márcia do Nascimento.

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Na zona rural, o agrônomo Marco Túlio Paolinelli ficou conhecido como um produtor de água (veja o vídeo abaixo). Ele separou 350 hectares da fazenda dele para fazer o processo de captação e produção. Uma das ações realizadas foi o plantio de Jambolão, uma espécie com nutrientes que enriquecem o solo e o deixam mais fértil.

“O Jambolão não perde folhas no inverno, porque o sol não bate embaixo e não faz com elas caiam. Ele faz uma massa de matéria orgânica muito grande”, explicou.

Além disso, Paolinelli criou mais de 800 bolsões e várias curvas de nível para reter água da chuva. Ele também aumentou o lençol freático para proteger a água da propriedade.

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No mesmo período, em Ituiutaba, a Superintendência de Água e Esgoto (SAE) precisou acionar a captação reserva, pela primeira vez, desde que a construção do centro de captação havia sido feita. O Ribeirão São Lourenço, principal corpo d’água utilizado para captação, não estava conseguindo suprir a demanda de água da cidade.

Na época, o produtor rural Jair Monteiro ressaltou: “Não adianta nada eu preservar, se os outros não preservarem. Todos precisam participar”.

Entre as soluções para sanar o problema, foi realizado cerceamento de áreas, plantação de vegetação nativa e cuidados com o solo para evitar a erosão.

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Situação atual dos reservatórios

Conforme o Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae), o setor com maior consumo de água é o residencial, com uso de 77% do total de recursos.

Consumo de água por segmento em Uberlândia

Fonte: Dmae

De acordo com uma averiguação do nível dos canais feita em 16 de março de 2022, o Canal Captação Bom Jardim estava com 2,96 metros e o Canal Captação Sucupira com 3,09 metros.

Quanto ao consumo, cada habitante consumiu em média 265 litros de água por dia durante o mês de março, com dados calculados com base do dia 1º ao dia 15. O valor é superior ao de 2020.

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Consumo médio por habitante em Uberlândia

Dados são referentes aos anos de 2020, 2021 e 2022

Fonte: Dmae

Segundo a Codau, o setor industrial é o que mais consome água. O consumo médio diário por habitante no município é calculado de forma anual. Em 2021, o valor foi de 168,4 litros.

Quanto à vazão média, de acordo com dados levantados pela companhia, a soma dos 3 primeiros meses de 2022 é superior, em mais de 60%, do que em relação ao ano anterior. Veja o gráfico abaixo.

Vazão média de água em Uberaba

Dados correspondem aos anos de 2021 e 2022

Fonte: Codau

A SAE informou que o maior consumo é oriundo do uso doméstico, visto que a cidade não tem indústrias que consomem grandes quantidades de água. O consumo em média diário registrado por habitantes de janeiro até a primeira quinzena de março 2022 foi de 185 litros.

A vazão média de água nos 3 primeiros meses do ano está estável, se comparada aos valores registrados nos 2 anos anteriores. Veja o gráfico abaixo.

Vazão média diária em Ituiutaba no primeiro trimestre

Valores correspondem aos anos de 2020, 2021 e 2022

Fonte: SAE

Em Patos de Minas, a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) informou que o setor residencial é o que mais consome água no município e representa 80% dos consumidores.

A companhia informou que, no momento, são captados 443 litros de água por segundo do Rio Paranaíba, manancial que abastece a cidade. Valor que, segundo a Copasa, não sofreu alterações em comparação com os anos de 2020 e 2021.

Porém, variações de consumo são identificadas durante as diferentes estações do ano. A companhia informou que, normalmente, uma pessoa utiliza cerca de 180 litros de água por dia.

Em períodos mais quentes do ano, como os meses de setembro e outubro, a quantidade diária gasta por cada cliente pode ultrapassar os 200 litros. Por isso, a Estação de Tratamento de Água (ETA), que opera geralmente por 18 horas, passa a trabalhar cerca de 22 horas por dia.

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Fonte: G1


22/03/2022 – Paranaíba e Máximus FM

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