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Um estudo sobre os benefícios de monitorar o risco de lesão neurológica em recém-nascidos foi iniciado no dia 8 de fevereiro no Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC-UFTM), em Uberaba. O procedimento é feito com um eletroencefalograma. Conforme a empresa que forneceu o aparelho, a UTI Neonatal da unidade é a primeira no Estado de Minas Gerais a testar o equipamento, mas 28 hospitais do país já contam com a tecnologia.
O objetivo é avaliar como o aparelho pode reduzir danos ao paciente ao possibilitar intervenções imediatas caso sejam detectados indícios de atividade cerebral incomum.
“No período neonatal, até 80% das crianças podem ter crises convulsivas subclínicas, ou seja, imperceptíveis ao olho humano. O aparelho visa diminuir ou mesmo evitar danos neurológicos decorrentes de convulsões ou outros eventos, em pacientes de alto risco”, explicou o neonatologista Alexandre Netto.
O hospital informou que o método não é invasivo e que os eletrodos são utilizados para visualizar de forma contínua a atividade cerebral do paciente, para assim, promover o diagnóstico de lesões em formação.
Netto, que é cofundador da empresa, destacou que os eletrodos não trazem risco ou dano ao paciente, pois não ocorre transmissão de corrente elétrica através dos fios.A pesquisa é desenvolvida no Departamento de Pediatria da UFTM.
A médica responsável pelo processo, Fabiana Galdino Barsam, informou que normalmente a avaliação dos riscos é feita com procedimentos de rotina, como a observação contínua de sinais vitais, incluindo aferição de pressão, uso de monitor de saturação e de frequência cardíaca.
“Esses parâmetros são acompanhados nas 24 horas do dia. Com o estudo dessa nova tecnologia, o que se pretende é demonstrar se esse monitoramento avançado traz benefícios para o perfil de paciente atendido no hospital, e se sim, em que medida”, explicou Fabiana.
Com os resultados da pesquisa, espera-se favorecer a área do ensino, ao permitir que os residentes das especialidades de neonatologia e pediatria intensivista tenham contato com o novo recurso.
“A incorporação de tecnologias aos serviços de saúde é um caminho natural quando se fala em minimização de riscos ao paciente grave. Estudar as opções disponíveis é parte desse processo de incorporação”, finalizou.
O equipamento será utilizado por 60 dias para monitorar neonatos com risco aumentado de apresentar crise convulsiva ou alguma lesão cerebral, devido a condições como baixa oxigenação durante o nascimento, histórico de parada cardiorrespiratória e prematuridade extrema. Ainda conforme o HC-UFTM , que ele foi cedido por uma empresa e não vai gerar custos para o hospital.
Segundo o hospital, na data de início da pesquisa, um médico neonatologista e uma enfermeira intensivista da empresa que forneceu o equipamento compareceram à unidade para treinar a equipe. Eles orientaram sobre a fixação e retirada dos sensores.
O HC-UFTM ainda informou que a equipe que vai manusear o eletroencefalograma se capacitou para uso da tecnologia no final de outubro de 2021, em um curso custeado pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).