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Itamar Vieira Junior conta suas expectativas para o evento | 10º Festival Literário de Araxá


O escritor Itamar Vieira Junior é o “Autor Homenageado” desta edição de 10 anos do Fliaraxá, que vai acontecer de 11 a 15 de maio. A presença do autor está confirmada em Araxá durante os dias do evento.

Nascido em Salvador, na Bahia, em 1979, consagrou-se não só pelo grande sucesso do livro Torto arado — vencedor dos prêmios “Leya”, “Oceanos” e “Jabuti” — mas pela defesa de ideias sobre o cuidado com as diferenças, política de aquilombamento dos territórios negros, a questão agrária e um projeto de política cultural para o País, com foco na diversidade e baseada em algo que dialoga com o universo das produções literárias com viés nas africanidades, expressas no Brasil e no continente africano.

Itamar é geógrafo e doutor em Estudos Étnicos e Africanos pela Universidade Federal da Bahia. Publicou também os livros de contos Dias, de 2012; A oração do carrasco, de 2017; e Doramar ou a odisseia: histórias, de 2021, sua mais recente publicação.

Itamar Vieira Junior, Autor Homenageado desta edição, vai estar em Araxá durante os dias do evento  — Foto: Adenor Gondim

Itamar Vieira Junior, Autor Homenageado desta edição, vai estar em Araxá durante os dias do evento — Foto: Adenor Gondim

Em entrevista ele conta que se sentiu “honrado e surpreso ao mesmo tempo” com a notícia de ser o “Autor Homenageado” do 10° Fliaraxá. Leia a conversa completa com o autor acerca do tema desta edição do festival e as expectativas para estar presencialmente no evento.

Na sua opinião, qual a importância do tema do festival, “Abolição, Inde-pendência e Literatura”? Como o aprendizado e as discussões sobre a história do Brasil – o passado colonial e escravocrata – podem contribuir para a sociedade no presente?

Sem dúvida. Este é o ano do bicentenário da Independência e o Brasil tem “um passado pela frente”, como diria Millor Fernandes. O Brasil passou ao largo das grandes questões de sua formação, não deixou sua origem colonial para trás, então é hora de aprendermos com o passado para podermos construir um futuro diferente.

Tomando como base seus mais recentes livros, Torto arado (2019, Editora Todavia) e Doramar ou a odisseia: histórias (2021, Editora Todavia), como sua literatura relaciona-se ao tema do festival “Abolição, Independência e Literatura”?

Minha literatura transita entre o passado e o presente e tenta estabelecer uma relação entre a dimensão existencial das personagens e a nossa História humana e social. É dessa maneira que meus escritos se relacionam com o tema da Fliaraxá.

O que podemos aprender com a vida, a obra e o exemplo de Maria Firmina dos Reis, a Patrona do 10° Fliaraxá?

Maria Firmina continua a ser um farol para todos nós que de alguma maneira nos originamos nas margens desse país. Mulher e negra, ela desafiou as convenções sociais de sua época e escreveu Úrsula, um clássico da Literatura brasileira, lido até os nossos dias.

A sua poesia também se fará presente no Festival, em que parte de seus poemas vai chegar à casa das pessoas pelo projeto do Fliaraxá, que imprime os poemas em sacos de pão. O que você achou dessa ideia? Para você, qual a importância da poesia nos tempos atuais?

A ideia é genial e carrega muitos significados; afinal, o saco leva o pão, o alimento do corpo, e a poesia é o alimento da alma. A poesia é fundamental para o nosso tempo por nos ofertar chaves para refletir sobre o mundo, sobre o outro e sobre nós mesmos.

Quais são suas expectativas em participar do evento presencialmente, em retornar a Araxá?

Minha expectativa é de que seja um Festival de reencontros. Dois anos de pandemia, muitas perdas, e as pessoas têm retornado à vida como era. Isso nos dá esperança sobre as muitas mudanças que esperamos ver no país, especialmente neste ano.

O Ministério do Turismo e a CBMM apresentam com exclusividade o 10º. Fliaraxá, com o patrocínio da Cemig e do Itaú e apoio da Rede Mater Dei de Saúde, Grupo Zema, Prefeitura Municipal de Araxá, Fundação Cultural Calmon Barreto, Secretaria Municipal de Desenvolvimento, Turismo e Inovação Tecnológica, CUFA – Central Única de Favelas de Araxá, com recursos da Lei Federal de Incentivo à Cultura, da Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo.



Fonte: G1


29/04/2022 – Paranaíba e Máximus FM

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