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Mãe, tia e avós são denunciados por homicídio de menina de 5 anos morta em ritual de cura em Frutal | Triângulo Mineiro


A mãe, a avó, o avô e uma tia de Maria Fernanda Camargo, além de um guia espiritual e o auxiliar dele, foram denunciados pelo homicídio da menina de 5 anos, morta em março durante um ritual de cura em Frutal. A denúncia feita pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) no dia 6 de junho foi divulgada nesta terça-feira (14).

Parte dos envolvidos no caso foram presos desde abril, quando a Polícia Civil realizou a operação “Incorporação da Verdade”. O auxiliar do guia espiritual teve pedido de prisão preventiva pedido pelo MPMG, mas a solicitação ainda não foi julgada. Já o avô da menina está em prisão domiciliar.

Segundo o MPMG, os familiares da menina foram denunciados por homicídio triplamente qualificado, por contribuírem materialmente com o ritual e pela omissão penalmente relevante, além de violência doméstica e familiar.

Já os guia espiritual e o assistente foram denunciados por homicídio triplamente qualificado, por emprego de fogo, mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido.

De acordo com a Promotoria de Justiça de Frutal, responsável pela denúncia, a criança morreu depois de sofrer queimaduras por todo o corpo durante um ritual espiritual no qual participaram a mãe, tia, avô e avó da menina, além do guia espiritual e o assistente dele. Na denúncia, o MPMG afirmou que o crime foi praticado em contexto de violência doméstica e familiar, com emprego de fogo e recurso que dificultou a defesa de Maria Fernanda.

A defesa do guia espiritual informou à TV Integração que vai realizar em breve uma coletiva de imprensa para esclarecer os fatos.

Já a o advogado José Rodrigo de Almeida, que defende a família de Maria Fernanda disse que já esperava a denúncia por conta da repercussão negativa do caso advinda do posicionamento da Polícia Civil, que divulgou em um primeiro momento que se tratava de uma morte ocorrida durante um ritual maligno.

O advogado disse, ainda, que até este momento, a Polícia Civil e o MPMG produziram cerca de 980 páginas no processo de acusação e apuração do fato e que a partir de agora vai iniciar o processo de defesa, sendo que cada um dos denunciados pague de acordo com a sua participação e a sua culpa no fato.

A reportagem não conseguiu contato com a defesa do assistente do guia espiritual.

Maria Fernanda Camargo, de 5 anos, morreu queimada no dia 23 de março durante ritual religioso em uma casa do Bairro Princesa Isabel, em Frutal. A menina chegou a ser socorrida com vida, mas não resistiu às queimaduras.

Quase um mês depois, no dia 20 de abril, a Polícia Civil prendeu a mãe, a avó, o avô, uma tia e o guia espiritual.

De acordo com a Polícia Civil, inicialmente, a versão apresentada era de acidente doméstico, envolvendo álcool e churrasqueira. No entanto, as investigações apontaram para a participação da criança em um ritual espiritual.

No dia 16 de maio, os envolvidos participaram de reconstituição da morte da criança. A reconstituição reproduz as versões dos envolvidos e de testemunhas.

Segundo o advogado da família, José Rodrigo de Almeida, não houve ritual maligno e nem bruxaria, mas sim, um ritual de cura, pelo fato de a menina ter estado com uma gripe e tosse que não passavam na época.

“Ela tinha plano de saúde, tinha ido em 4 ou 5 médicos, mas não sarava. Por isso, indicaram o médium para fazer o ritual de cura. Ele passou álcool na cabeça dela, nos ombros, bastante álcool. A mãe disse que não era para usar álcool e aí o fogo começou. Isso é o que a família relata e o que está acontecendo hoje indica é que tenha acontecido assim”, disse Almeida.

A advogada do guia espiritual reforçou a importância da reconstituição. Ela também defendeu que a morte da criança foi um acidente.

“Nós vamos lutar até o final pelo homicídio culposo e não pelo homicídio doloso, mesmo com dolo eventual, pois eles não tiveram a intenção. Foi uma reza e infelizmente aconteceu o acidente”, disse Juliene Sabino.

Pai de Maria Fernanda, Cacildo Carrijo, afirmou que a família sustentou que houve o acidente doméstico e só depois ficou sabendo da versão do ritual de cura. Ele defendeu a realização da reconstituição e afirmou que acredita que em nenhum momento os familiares tiveram intenção de matar a criança.

“Tentaram acudir ela, apagar as chamas. Tanto que minha esposa queimou muito, minha sogra bastante, meu sogro queimou as mãos. Todo mundo tentou ajudar, só que infelizmente já era tarde”, falou Cacildo.

Ainda em maio, todos os envolvidos foram indiciados pela Polícia Civil por homicídio doloso. No mesmo dia, o advogado da família confirmou que o avô da menina teve prisão domiciliar deferida pela Justiça.

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Fonte: G1


14/06/2022 – Paranaíba e Máximus FM

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