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A ação foi ajuizada no dia 11 de abril. À época do acionamento a mineradora informou que ele foi acidental devido a “uma falha no sistema” e que não havia risco iminente de rompimento.
O g1 entrou em contato com a Kinross sobre a ação do MPMG, mas não obteve retorno até a última atualização da reportagem.
De acordo com os autores da ação, os promotores de Justiça Mariana Duarte Leão, Carolina Frare Lameirinha, Felipe Faria de Oliveira e Carlos Eduardo Ferreira Pinto, o alerta causou pânico na população local e, por isso, sofreu danos morais coletivos que até hoje não foram compensados pela Kinross.
“O acionamento indevido das sirenes da Barragem Eustáquio – embora atinja imediatamente as Comunidades de Machadinho e Santa Rita (situados na Zona de Autossalvamento) – afetou diretamente 58 moradias e 137 moradores”, afirmaram os promotores.
Ainda conforme os promotores, não é possível quantificar o número de famílias e cidadãos que podem ser atingidos em caso de rompimento da barragem, pois o local onde o acionamento irregular ocorreu também se comunica com outras comunidades. Os promotores também afirmaram que é necessário que a mineradora aprimore o sistema de alerta.
Assim, para garantir que as melhorias sejam feitas, o MPMG pediu que fosse feito o bloqueio de bens e valores da empresa no valor de R$ 5 milhões.
Os sistemas de emergência da barragem Eustáquio, em Paracatu, dispararam na tarde do dia 20 de maio. Segundo a mineradora Kinross, empresa responsável pela barragem, o alarme foi acidental e não houve risco iminente de rompimento. A causa do anúncio de emergência foi devido a “uma falha no sistema”, afirmou a empresa em nota.
Imagens gravadas por moradores de Paracatu mostraram o alerta das sirenes. Confira acima.
Moradores, vizinhos à barragem, assustados após toque da sirene — Foto: Mauro Mundim/Arquivo Pessoal
A barragem está em operação desde 2010 e tem capacidade para 750 milhões de m².
O Corpo de Bombeiros foi acionado para verificar a situação da barragem, que fica na Comunidade do Cunha, distrito na zona rural da cidade. Inicialmente foi informado que os militares haviam se deslocado até a barragem e estavam verificando a situação, juntamente com técnicos da empresa. No entanto, pouco depois nova informação deu conta que, ao confirmarem que era um alarme falso, os militares não chegaram a ir até o local.
À época, a Kinross divulgou uma nota sobre o ocorrido. Confira na íntegra:
“A Kinross informa que, na tarde de 20 de maio, as sirenes de emergência da barragem Eustáquio dispararam de forma não intencional, devido a uma falha no sistema. A companhia reforça que suas estruturas estão seguras e que não há qualquer motivo de preocupação para a sociedade. A empresa está trabalhando na apuração das causas da falha no sistema e informa que já foram comunicadas à Defesa Civil e demais autoridades públicas. ”
Sirenes de emergência de barragem disparam e assustam moradores de comunidade em Paracatu