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MP vai apurar agressão sofrida por apoiadores de Lula e Kalil atingidos por produto jogado por drone durante evento político em MG | Triângulo Mineiro


Parte dos militantes atingidos pelo líquido na última quarta-feira (15), chegou a classificar como urina, chorume e até fezes o conteúdo aspergido pelo aparelho. Vídeo compartilhado nas redes sociais e em aplicativos de mensagens mostra o que seria a operação do drone. Na publicação, um dos três homens presos afirmou que estavam jogando veneno.

De acordo com o deputado, o documento com a denúncia foi entregue ao procurador-geral do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), Jarbas Soares Júnior. No vídeo publicado, Lopes classificou o fato como “ataque à nossa democracia”.

“Nós realizamos um ato com data e hora marcada para discutir o desenvolvimento socioeconômico do Triângulo Mineiro e um grupo de simpatizantes do presidente da República usou um drone para jogar agrotóxico, veneno, na nossa gente. É crime contra a saúde pública, crime de lesão corporal, formação de quadrilha, além da invasão do espaço aéreo sem autorização”, disse Reginaldo Lopes.

Também nas redes sociais, o procurador-geral do MPMG falou sobre o encontro com o deputado federal. Ele disse que a representação criminal é relativa “aos lamentáveis fatos ocorridos no dia 15 de junho”.

“É fundamental a ampla apuração dos graves fatos, tendo em vista que o Ministério Público é defensor do regime democrático e do direito fundamental à liberdade de expressão e de reunião”, afirmou Jarbas Soares Júnior.

Segundo o procurador, é necessária a devida apuração dos fatos com a realização de prova pericial no drone e no produto pulverizado.

“O certo é que o MPMG fará a apuração e que os responsáveis serão processados. Minas sempre foi um estado acolhedor, independentemente das questões políticas”, concluiu Júnior.

Soares Júnior também informou em uma rede social que o promotor de Justiça, Marco Aurélio Nogueira foi sorteado para apurar os fatos e contará com apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Triângulo Norte.

Drone sobrevoa apoiadores de Lula e Kalil em Uberlândia — Foto: Reprodução/Redes Sociais

Drone sobrevoa apoiadores de Lula e Kalil em Uberlândia — Foto: Reprodução/Redes Sociais

Segundo a Polícia Militar (PM), logo após o drone pulverizar o produto nas pessoas que estavam no evento, Rodrigo Luiz Parreira, Charles Wender Oliveira Souza e Daniel Rodrigues de Oliveira foram detidos em flagrante, mas liberados após assinarem um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) para comparecerem posteriormente ao Juizado Especial Criminal.

Segundo informações do boletim de ocorrência registrado pela PM, Parreira disse aos policiais que o produto usado se chamava Target, e que seria inofensivo para o ser humano. De acordo com informações do fabricante, o atrativo orgânico para o controle de moscas não tem uso recomendado para dentro ou muito próximas de áreas residenciais e áreas sociais, devido ao odor específico para atração dos insetos.

Ao g1, o delegado-chefe da Polícia Civil, Marcos Tadeu de Brito Brandão, afirmou que o caso não está sendo investigado, pois “o Ministério Público Federal requisitou tal procedimento”.

Na última sexta-feira (17), o MPF disse que “apenas informou à PM que este assunto seria de alçada da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac)”. Na nota, também foi dito que existe um trâmite burocrático, com autuação e distribuição pelos setores administrativos antes de encaminharem a algum procurador, para iniciar qualquer investigação.

A reportagem entrou em contato novamente com o MPF nesta segunda-feira para saber se também recebeu representação criminal, mas não obteve retorno até a última atualização da matéria.

Citada pelo Ministério Público Federal como responsável pela investigação do caso, a Anac informou que as forças policiais têm autonomia para realizar investigações sobre operações irregulares de drones que violem as esferas civis e penais.

Além disso, estão previstas nas legislações referentes às responsabilizações nas esferas civil, administrativa e penal, com destaque à inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem das pessoas. Por parte da ANAC, as fiscalizações serão apuradas na esfera administrativa de atuação da Agência, de acordo com as sanções previstas no Código Brasileiro de Aeronáutica.

Operador de drone afirma que jogava veneno em cima de público em evento de Lula e Kalil

Operador de drone afirma que jogava veneno em cima de público em evento de Lula e Kalil

Um vídeo compartilhado nas redes sociais e em aplicativos de mensagens mostrou o que seria parte da operação do drone que sobrevoou o evento político de Lula e Kalil e jogou sobre o público uma substância de forte odor. Segundo a ocorrência registrada pela Polícia Militar, o produto utilizado foi o Target, que é utilizado para atrair moscas para armadilhas.

Um dos três homens, que chegaram a ser presos pela Polícia Militar (PM) em flagrante, afirmou no vídeo que eles estavam jogando veneno. Em outro trecho da gravação, o operador do drone disse que já havia despejado “dois litros”. Veja a descrição do vídeo abaixo:

Homem 1: Na hora que acaba o veneno, apita?
Homem 2: Apita.
Operador: Está saindo muito, fii. Nossa, meu Deus do ceú!
Risos
Operador: O povo tá correndo, véi.
Homem 2: Acabou não, chefe?
Operador: Não, tem produto aqui ainda. Ó o povo, tacando trem lá, véi.
Homem 1: Levanta, levanta.
Operador: Tenho que levantar, o povo tá tacando trem.
Homem 1: Pode levantar. Joga pra cima do palco. Joga pra cima do palco.
Operador: Nossa, véi. Em cima do palco?
Homem 1: É! Lá no rumo daquelas caixas lá, isso!
Homem 2: Aumenta a vazão.
Homem 1: Aumenta a vazão.
Operador: Já tá no máximo aqui.
Homem 2: Uai, tá demorando demais.
Operador: Tá ué. É que tá saindo pouco.
Homem 1: Será que tem muito ainda?
Homem 2: Quantos litros têm?
Operador: Tem, nós jogou dois litros só, fii.
Homem 1: Roda mais para o lado da arquibancada.
Operador: A lá, caindo. Ó o pau lá, cê viu?
Homem 1: Dá mais uma volta, vai andando. Não fica parado não. Vai andando que eles não acertam. Não fica parado não.
Risos
Homem 1: Não fica parado não.
Homens 1 e 2: Sobe mais, sobe mais.

Rodrigo Luiz Parreira, Charles Wender Oliveira Souza e Daniel Rodrigues de Oliveira foram detidos em flagrante pela PM, mas liberados após assinarem um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) para comparecerem posteriormente ao Juizado Especial Criminal. O g1 ainda não conseguiu contato com a defesa dos três.

Polícia prende operadores de drone que atacou público de evento de Kalil e Lula em Uberlândia — Foto: Wladimir Raeder/Divulgação

Polícia prende operadores de drone que atacou público de evento de Kalil e Lula em Uberlândia — Foto: Wladimir Raeder/Divulgação

A polícia informou que eles não tinham autorização para operar o equipamento, que foi apreendido, e poderá ser encaminhado ao Ministério Público Federal, caso seja solicitado.

A apreensão dos três homens ocorreu logo após a operação do drone. Parte dos militantes seguiu o aparelho e junto da polícia chegaram até uma área localizada atrás do Centro Universitário do Triângulo (Unitri), local onde era realizado o evento.

Público disse que foi atingido por urina e fezes

Segundo os relatos dos militantes que estavam reunidos no estacionamento da Unitri, o drone teria jogado fezes e urina em cima deles.

“Quando o drone chegou a gente achou que era do evento, de repente começou a pulverizar alguma coisa muito fedida, tipo fezes, chorume”, falou Mariana de Araújo, da organização.
“Eu estava na arquibancada e o drone apareceu. Pensei que era de filmagem, mas aí começou a cheirar ruim. Era um drone desses de bater veneno em plantação, e o pessoal começou a jogar coisas para ver se ele parava”, disse o fretista Valdir Souza.

Evento de pré-candidatura

O evento em Uberlândia reuniu os pré-candidatos à presidência da República e ao governo de Minas Gerais, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Alexandre Kalil (PSD). Pela primeira vez durante a pré-campanha, os políticos se reuniram publicamente. Na ocasião, Kalil oficializou aliança com Lula para as eleições em Minas Gerais.

Lula lamentou a agressão contra os militantes, durante discurso no evento.

“Não pode ser um ser humano normal, um canalha que coloca um drone para jogar sujeira no povo aqui. Nós não vamos deixar barato. Esse cidadão não merece ser mineiro, porque se tem uma qualidade no povo mineiro é a tranqulidade”.
Evento Lula e Kalil em Uberlândia — Foto: Guilherme Gonçalves/g1

Evento Lula e Kalil em Uberlândia — Foto: Guilherme Gonçalves/g1

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Fonte: G1


20/06/2022 – Paranaíba e Máximus FM

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