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Infecção em grávidas pode gerar problemas ao bebê e causar aborto. Veja como é transmitida e quais os sintomas. Campus da UFU, foto de arquivo
UFU/Divulgação
Pesquisadores da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) vão desenvolver um estudo para buscar uma fórmula biológica para o tratamento da toxoplasmose, doença que pode ser fatal em bebês. O projeto ocorre depois de ser financiado por um programa de incentivo de jovens doutores.
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A pesquisa tem como objetivo buscar alvos para o parasita Toxoplasma gondii, agente infeccioso e responsável pela variante congênita. O estudo será desenvolvido pelo bolsista em pós-doutorado Samuel Cota Teixeira e coordenado pela professora Eloisa Amália Vieira Ferro.
A partir dos alvos encontrados, a expectativa é desenvolver medicamentos antiparasitários contra a doença. Segundo Samuel Teixeira, a doença ainda representa um risco para a saúde pública no Brasil e no mundo.
“A cada 10.000 nascimentos, cerca de 5 a 23 crianças nascem portadoras da doença com severas complicações pós-natal, destacando assim, a necessidade de incorporação de novas tecnologias no sistema público de saúde”, afirmou o pesquisador.
O pesquisador relatou, ainda, que a toxoplasmose congênita “pode culminar em aborto, ou no nascimento de crianças que poderão vir a desenvolver problemas oculares, anormalidades neuronais e crises convulsivas”.
A pesquisa
O pós-doutorando Samuel Teixeira e a coordenadora Eloisa Amália Vieira Ferro
Arquivo Pessoal
A proposta de pesquisa tem o título de “Utilização de uma fosfolipase A2 (svPLA2) isolada da peçonha de Bothrops moojeni como ferramenta biotecnológica para seleção de possíveis alvos moleculares em Toxoplasma gondii”. Ela foi desenvolvida dentro do Programa de Pós-Graduação em Imunologia e Parasitologia Aplicada da Universidade Federal de Uberlândia (PPIPA/UFU).
O estudo vai envolver os laboratórios da UFU associados ao Instituto de Ciências Biomédicas (Icbim) e Instituto de Biotecnologia (Ibtec), em parceria com os laboratórios da Universidade de São Paulo (USP), Instituto Butantan e Fundação Ezequiel Dias (Funed).
A proposta terá duração máxima de dois anos e receberá R$ 50 mil de financiamento pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig). Já a bolsa mensal de R$ 4.100, será paga pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) durante os dois anos de estudo.
O que é a toxoplasmose?
De acordo com a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), é uma doença infecciosa causada pelo protozoário Toxoplasma gondii. Esse micro-organismo é facilmente encontrado na natureza, em grande número entre mamíferos e pássaros.
Como é transmitida?
Os seres humanos podem ser infectados pelo protozoário de três maneiras:
Ingestão dos micro-organismos por meio de qualquer material/alimento/líquido contaminado por fezes de gatos infectados;
Ingestão de carne crua infectada, especialmente de porco e carneiro;
Infecção interplacentária, quando a mãe está com o protozoário e passa para o feto.
Toxoplasmose – ciclo da doença
Arte/G1
Como saber se estou com a doença?
A toxoplasmose apresenta diferentes sintomas – desde a ausência deles, até um quadro clínico mais complicado.
Na maioria das vezes, a doença é assintomática. Em alguns casos, podem ocorrer:
Febre;
Cansaço;
Mal estar;
Gânglios inflamados.
O período de incubação vai de 10 a 23 dias quando a causa é a ingestão de carne, e de 5 a 20 dias quando o motivo é o contato com cistos de fezes de gatos.
Como prevenir?
Não ingerir carnes cruas ou malcozidas;
Ferver a água ingerida;
Comer apenas vegetais e frutas bem lavados em água corrente;
Evitar contato com alimentos ou água que possam estar contaminados com fezes de gato. As gestantes devem submeter-se a adequado acompanhamento médico (pré-natal). Alguns países obtiveram sucesso na prevenção da contaminação intrauterina fazendo testes laboratoriais em todas as gestantes;
Em pessoas com deficiência imunológica a prevenção pode ser necessária com o uso de medicação dependendo de uma análise individual de cada caso.
Os gatos são os transmissores?
Não. Muitas vezes, em momentos de surto, os felinos acabam culpados, porém, são os hospedeiros. Arranhão, nem o contato, transmitem a doença. O foco é “atacar” os alimentos e líquidos que podem estar contaminados.
*Estagiário sob supervisão de Carol Delgado.
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Fonte: G1