NOTÍCIAS

Operação ‘Balada’: testemunhas e acusados são ouvidos durante audiência de instrução e julgamento em Uberlândia | Triângulo Mineiro


Quatro testemunhas e 7 investigados pela operação “Balada” foram ouvidos em audiência de instrução e julgamento nesta segunda-feira (11), em Uberlândia. A ação da Polícia Federal (PF) foi deflagrada em outubro de 2021 e investiga suposto esquema de tráfico de drogas, armas e lavagem de dinheiro em cidades mineiras e de outros 9 estados.

Entre os ouvidos nesta segunda está Wesley Gonçalves da Silva, conhecido como Wesley Agito. Ele é apontado como um dos maiores traficantes de Minas Gerais e foi preso em hotel de luxo em Maceió (AL).

De acordo com a Polícia Federal, Wesley é acusado por tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa. O esquema teria movimento cerca de R$ 2 bilhões.

Nesta segunda, Wesley Gonçalves da Silva não respondeu às perguntas do juiz, mas esclareceu fatos relacionados às viagens internacionais que fez e sobre os recursos financeiros dele. Em contato feito pela TV Integração, a defesa disse que vai aguardar a fase de audiências para se manifestar.

As audiências de instrução e julgamento vão continuar nesta terça-feira (12) e na próxima semana.

Relembre a operação Balada

A ação foi desencadeada no dia 5 de outubro e ao menos 100 alvos foram presos e encaminhados para as unidades prisionais em Uberlândia. Mandados também foram cumpridos em outras cidades de Minas Gerais, além dos estados de Goiás, Rio de Janeiro, Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Alagoas, Tocantins e Espírito Santo.

Em Uberlândia, 96 presos foram levados até o Presídio de Uberlândia I, sendo 94 detentos do sexo masculino e duas advogadas. Já as outras 24 mulheres foram encaminhadas à Penitenciária de Uberlândia I.

Além da cidade, também houve duas prisões em Uberaba, sendo de um casal, e outras duas no município de Prata. Mandados de prisão ainda foram cumpridos em Ituiutaba.

Em Alagoas, foi preso o principal responsável pelo tráfico de drogas no Triângulo Mineiro, de acordo com a PF. Ele estava em um hotel de luxo da capital alagoana, onde passaria a semana, e era conhecido por realizar viagens caras e ter gosto refinado.

No Espírito Santo, foi preso um suspeito de ser fornecedor de drogas. No Mato Grosso, foram seis mandados de prisão.

A Operação “Balada” tem esse nome pelo fato dos investigados ostentarem em redes sociais a realização de diversas festas de luxo, sendo algumas até em outros países com altos gastos com uso de iates e carros esportivos.

Imagem de arquivo: grande quantidade de fuzis e pistolas apreendidos durante operação em Uberlândia (foto de arquivo de março de 2020) que faz parte da investigação da Operação 'Balada'  — Foto: Polícia Militar/Divulgação

Imagem de arquivo: grande quantidade de fuzis e pistolas apreendidos durante operação em Uberlândia (foto de arquivo de março de 2020) que faz parte da investigação da Operação ‘Balada’ — Foto: Polícia Militar/Divulgação

A organização investigada operava esquema estruturado de tráfico de drogas e preparava o material para ser vendido e utilizava insumos químicos adquiridos por meio de empresas regularmente cadastradas. Em sete meses foram comprados insumos capazes de manipular mais de 11 toneladas de cocaína.

Segundo a PF, a região do Triângulo Mineiro era onde o grupo criminoso armazenava a droga, que era encaminhada para os estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará e Rondônia. Após o armazenamento na região, o material era distribuído por todo o Brasil, principalmente no Rio de Janeiro, Espírito Santo, Goiás e outras regiões de Minas Gerais.

Além de tráfico de drogas, o grupo também atuava no tráfico ilegal de armas de fogo. Durante o trabalho de investigação ocorreu apreensão de carregamento com 8 fuzis e 14 pistolas em Uberlândia, em março de 2020. As armas eram comercializadas e, em seguida, destinada a grupos especializados no tráfico de drogas e roubos a banco no Triângulo Mineiro, além de uma facção criminosa no Rio de Janeiro (RJ).

“O grupo sediado em Uberlândia já atuava há vários anos na movimentação do armamento. Eles adquiriam em Ponta Porã (MS), levavam para Uberlândia e faziam uma remessa, pelo menos mensalmente, para o Rio de Janeiro, onde repassavam essas armas para integrantes de facção criminosa”, detalhou o delegado Renato Beni da Silva

Para poder dissimular a origem criminosa do patrimônio acumulado, a organização criminosa utilizava um esquema de lavagem de dinheiro classificado pela própria PF como “sofisticado”, pois utilizava empresas de fachada e a compra de postos de combustíveis, hotéis fazenda, imóveis, veículos e embarcação de luxo.

A estimativa é de que mais de R$ 2 bilhões tenham sido movimentados pelos investigados nos últimos dois anos. As contas bancárias, os bens identificados e cerca de 100 imóveis foram bloqueados por determinação judicial.

Ônibus foi providenciado para levar detentos presos durante operação "Balada" em Uberlândia — Foto: Reprodução/TV Integração

Ônibus foi providenciado para levar detentos presos durante operação “Balada” em Uberlândia — Foto: Reprodução/TV Integração

Mais de 130 pessoas tiveram os depoimentos tomados durante a fase de oitivas da Operação “Balada”.Conforme a Polícia Federal (PF), em Uberlândia, todas as oitivas já foram realizadas até o dia 22 de outubro. Entretanto, faltavam ouvir algumas pessoas que estavam em outras cidades.

Não foi confirmado o número exato de quantas testemunhas e envolvidos tiveram o depoimento colhido, mas que a quantidade passou de 130.

Com o fim da fase de diligências, as próximas ações seriam a extração de dados de celulares e análise de documentos apreendidos durante a operação.

No dia 15 de outubro, alguns investigados que estavam em prisão temporária e não vão acrescentar ou atrapalhar as investigações foram soltos, após prestarem depoimentos.

Os detidos temporariamente por 5 dias foram liberados no dia 9 de outubro. Já aqueles que cumpriam prisão por até 30 dias estavam sendo liberados conforme as oitivas. Alguns dos investigados têm mandados de prisão preventiva e seguirão presos.

No fim de 2021, Túlio Régis Franco, que era um dos investigados teve a prisão domiciliar concedida pelo juiz da 4ª Vara Criminal de Uberlândia, Paulo Roberto Caixeta.

VÍDEOS: veja tudo sobre o Triângulo, Alto Paranaíba e Noroeste de Minas



Fonte: G1


11/07/2022 – Paranaíba e Máximus FM

COMPARTILHE:

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp
Email
Skype

Mais Notícias de Rio Paranaíba:

Mais Notícias da Região:

SEGUE A @PARANAIBAMAXIMUS

Paranbaíba FM
Máximus FM
Contato Comercial
QUAL RÁDIO QUER OUVIR?