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Pesquisa da UFU sobre impacto do fogo na biodiversidade do cerrado é escolhida para receber apoio financeiro do CNPq


Pesquisadores da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) foram contemplados com apoio financeiro para o trabalho que realizam sobre a resiliência em redes de interações ecológicas no cerrado e o impacto do fogo na biodiversidade interativa (conheça os detalhes abaixo). O projeto é um dos cinco aprovados no Brasil nesta linha de pesquisa.

A vigência da bolsa do grupo vai de março deste ano a março de 2025. O valor global é R$ 172 mil, além de duas bolsas de longa duração na modalidade Apoio Técnico à Pesquisa e Iniciação Científica. Ao todo, R$ 250 milhões foram destinados às pesquisas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI).

A proposta é coordenada pelo professor do Instituto de Biologia (Inbio) da UFU, Kleber Del Claro, e conta também com os também professores do instituto, Helena Silingardi, Vanessa Moreira e Nicolas Pelegrin; com a professora Denise Lange, da Universidade Federal Tecnológica do Paraná (UTFPR); com o professor Eduardo Calixto, da Universidade da Flórida; e com os professores Renan Moura e Diego Anjos, da Universidade de Jerusalém.

O grupo ainda é composto por alunos de Iniciação Científica, mestrado e doutorado em Ecologia e Biologia da UFU e de Entomologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FFCLRP/USP).

Professor Kleber Del Claro, professora Helena Silingardi, aluna Priscila Cardoso e professor Eduardo Calixto, em trabalho de campo no Clube Caça e Pesca Itororo em 2017.  — Foto: Kleber Del Claro/Arquivo pessoal

Professor Kleber Del Claro, professora Helena Silingardi, aluna Priscila Cardoso e professor Eduardo Calixto, em trabalho de campo no Clube Caça e Pesca Itororo em 2017. — Foto: Kleber Del Claro/Arquivo pessoal

Mapeamento das redes ecológicas

Há 30 anos, Del Claro lidera o grupo que investiga as interações ecológicas entre animais e plantas no cerrado. As pesquisas indicam que a biodiversidade interativa, mapeada com redes ecológicas, está se degradando rapidamente pelo aquecimento global e fogo intenso.

Nos últimos 10 anos, o grupo mostrou que a região do cerrado analisada, a reserva do Clube Caça e Pesca Itororó de Uberlândia, sofreu quase o aumento médio de 1ºC em temperatura, ocasionando uma ruptura em floração sequencial de plantas, com prejuízo à fauna associada de herbívoros, predadores e parasitóides.

Em julho de 2021, a reserva de cerrado sofreu com geadas seguidas por incêndios, que atingiram, em especial, o estrato arbustivo. Com isso, o grupo viu a oportunidade de acompanhar a resiliência das redes ecológicas de interações previamente documentadas, avaliar a perda e/ou recuperação da biodiversidade interativa, além de testarem, experimentalmente, se os resultados das interações ecológicas serão mantidos.

Estudo iniciado há 30 anos

Desde 1992, quando chegou à UFU, Del Claro viu no cerrado a oportunidade de desenvolver estudos sobre o impacto do fogo nas interações ecológicas.

“O começo foi muito difícil, não tínhamos quase nenhum apoio. Cheguei na UFU e não tinha espaço, laboratório, escrivaninha ou computador. A internet estava no início. Hoje, a situação está muito melhor. Com a revolução da internet, o acesso à literatura e aos colegas do exterior e brasileiros num único clique é fantástico”, lembrou.

Este é o segundo edital Universal em que os principais líderes do grupo, ligados ao Laboratório de Ecologia Comportamental e de Interações da UFU, são aprovados. No anterior, de 2016, os trabalhos principais foram apresentados no Congresso Internacional de Ecologia de Belfast, na Irlanda do Norte, e no British Ecological Society, de Londres.

Para Del Claro, esses editais são importantes, principalmente para jovens, já que são bolsas que apoiam produções em conjunto que alavancam a carreira e possibilitam intercâmbio internacional.

“Para a UFU também é muito relevante, pois é um edital de grupos consolidados. São pouquíssimas aprovações no Brasil e pouco dinheiro para distribuir. Então é um reconhecimento de que estamos fazendo ciência de altíssimo nível aqui”, conclui Del Claro.

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Fonte: G1


27/03/2022 – Paranaíba e Máximus FM

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