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Uma idosa e o cachorrinho dela foram atacados por um cão da raça pitbull que estava solto na rua no Bairro Laranjeiras, em Uberlândia. A senhora teve ferimentos leves, mas o cãozinho não resistiu aos ferimentos e morreu. O caso ocorreu na última quinta-feira (21).
Uma pedestre que passava pelo local registrou imagens do momento após o ataque. A gravação mostra a idosa caída no chão, com o cãozinho ferido nos braços e um homem tentando conter o cachorro agressor pelas pernas. Confira acima o vídeo da reportagem, exibida pela TV Integração nesta terça-feira (26).
Idosa foi atacada por cachorro sem focinheira em rua de Uberlândia — Foto: Reprodução/TV Integração
A vítima era a aposentada Valty Venâncio de Medeiros, que caminhava com o Lupi, o cachorro da raça spitz alemão. No momento do ataque, a tutora tentou segurar o pet nos braços, mas o outro cão derrubou os dois.
De acordo com a neta de Valty, Priscilla Medeiros, esta não foi a primeira agressão do animal. Segundo ela, outro cachorro já havia sido morto em um ataque semelhante.
“A falta de responsabilidade deles é o que revolta a gente. É ver as imagens, ver que o cachorro passou ao lado do dono e nem tentou pegar o cachorro e colocar ele para dentro. Isso é muito revoltante”, afirmou.
A tutora de Lupi ainda hoje está assustada e chora de saudade do pequeno companheiro.
“Toda hora eu choro por causa dele. Eu não tive culpa, mas toda hora eu choro. Acordo a noite e choro”, contou a idosa.
Pouco antes do incidente com a avó de Priscilla, câmeras de segurança flagraram quando o cachorro saiu de dentro de uma oficina mecânica e andava livre pela rua. Ele chegou a entrar em uma loja e assustar uma funcionária, mas saiu em seguida.
Cachorro que atacou idosa chegou a entrar em loja pouco antes do acidente em Uberlândia — Foto: Reprodução/TV Integração
O responsável pela oficina mecânica de onde o cachorro saiu, Adilson Freitas, disse à TV Integração que o animal não é dele, mas que ele ficava no local havia cerca de 2 meses.
“Meu menino morava aqui e o cachorro era de uma amigo dele. A PM veio aqui é pediu para eu tirá-lo daqui, porque ele já tinha escapado uma vez. Liguei para esse amigo e ele levou. Ele escapuliu. Abrimos o portão e ele escapou e não dei conta de pegar ele”, disse Freitas.
Tutor do cachorro pode ser responsabilizado
O fato de o cachorro que atacou a idosa estar sem focinheira e andando pela rua durante o dia pode provocar uma pena ao tutor do animal. A Lei Municipal nº7645, de 9 de outubro de 2000, prevê que cães dessas raças só podem circular em vias públicas no horário das 22h às 5h. Além disso, eles deverão ser conduzidos com guias com enforcador e focinheira, e não podem ser levados por pessoas menores de 18 anos.
Com base nessa lei, o caso foi parar no Ministério Público, e o responsável pelo animal será chamado a depor.
“Quando a pessoa assume a responsabilidade de cuidar de um animal, ela também se torna responsável por tudo aquilo que o animal pode vir a fazer na sociedade. Temos na lei de contravenções penais, um artigo que fala sobre omissão ou falta de cautela na condução ou guarda de animais. Nesta questão já está sacramentado que a conduta dele se encaixa. Temos que analisar outra situação, se o fato do animal dele morder e matar o outro e ainda machucar a mulher não foi por meio de dolo eventual, ou seja, aquilo que ele estava muito consciente de que poderia acontecer e para ele era indiferente. Aí ele responderia por prática de maus-tratos do animal, com resultado morte, com pena bem elevada, que vai de 2 a 5 anos, e poderia responder por lesão corporal na senhora”, afirmou Lintz.