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Polícia reconstitui morte de menina de 5 anos em ritual religioso em Frutal


A reconstituição da morte de Maria Fernanda Camargo, de 5 anos, foi realizada nesta segunda-feira (16), na casa onde a ocorrência foi registrada, no Bairro Princesa Isabel, em Frutal. A criança foi morta durante um possível ritual religioso no dia 23 de março.

Mãe, tia e avós da criança, além de guia espiritual foram presos quase 1 mês depois por suspeita de homicídio. Uma sexta pessoa, que não teve o sexo e a idade informados, é investigada por suspeita de ter participado da ação.

Maria Fernanda Camargo, de 5 anos — Foto: Polícia Civil/Divulgação

Maria Fernanda Camargo, de 5 anos — Foto: Polícia Civil/Divulgação

A reconstituição reproduz as versões dos envolvidos e de testemunhas. Segundo o delegado regional de Frutal Fabrício Altemar, a simulação também permite o registro físico dos relatos para basear a investigação.

“Mesmo tendo o direito de permanecerem em silêncio, todos participaram, para que mostrassem as versões dos fatos, pois algumas divergências foram registradas desde o início do caso, com a afirmação de que teria sido um acidente doméstico com uma churrasqueira, até outras divergências que ocorreram. Hoje é uma das diligências que todos podem apresentar suas versões, e o perito vai fotografar, vai colocar passo a passo”, afirmou Altemar.

A reconstituição é realizada no mesmo local onde ocorreu o crime para definir as variáveis possíveis como tempo da ação, distâncias e posições de cada investigado.

De acordo com advogado da família, José Rodrigo de Almeida, não houve ritual maligno e nem bruxaria, mas sim, um ritual de cura, pelo fato de a menina ter estado com uma gripe e tosse que não passavam na época.

“Ela tinha plano de saúde, tinha ido em 4 ou 5 médicos, mas não sarava. Por isso, indicaram o médium para fazer o ritual de cura. Ele passou álcool na cabeça dela, nos ombros, bastante álcool. A mãe disse que não era para usar álcool e aí o fogo começou. Isso é o que a família relata e o que está acontecendo hoje indica é que tenha acontecido assim”, disse Almeida.

A advogada do guia espiritual reforçou a importância da reconstituição. Ela também defendeu que a morte da criança foi um acidente.

“Nós vamos lutar até o final pelo homicídio culposo e não pelo homicídio doloso, mesmo com dolo eventual, pois eles não tiveram a intenção. Foi uma reza e infelizmente aconteceu o acidente”, disse Juliene Sabino.

Segundo o pai de Maria Fernanda, Cacildo Carrijo, a família sustentou que houve o acidente doméstico e só depois ficou sabendo da versão do ritual de cura. Ele defendeu a realização da reconstituição e afirmou que acredita que em nenhum momento os familiares tiveram intenção de matar a criança.

“Tentaram acudir ela, apagar as chamas. Tanto que minha esposa queimou muito, minha sogra bastante, meu sogro queimou as mãos. Todo mundo tentou ajudar, só que infelizmente já era tarde”, falou Cacildo.

Operação Incorporação da Verdade Frutal suspeitos presos matar criança 5 anos queimada ritual evocação incorporação de espíritos, foto de 20/04/2022 — Foto: Polícia Civil/Divulgação

Operação Incorporação da Verdade Frutal suspeitos presos matar criança 5 anos queimada ritual evocação incorporação de espíritos, foto de 20/04/2022 — Foto: Polícia Civil/Divulgação

Conforme o delegado Murilo Cesar Antonini, o caso começou a ser investigado depois que a Polícia Civil tomou conhecimento, por meio da imprensa, de que teria ocorrido um acidente doméstico com uma criança envolvendo churrasqueira e álcool no dia 23 de março. Maria Fernanda Camargo teve 100% do corpo queimado e, devido à gravidade dos ferimentos, ela morreu no dia seguinte.

Porém, também houve a informação de que o pai de Maria teria estranhado o comportamento da mãe, da tia e dos avós que estariam presentes nesse churrasco, além da presença de um guia espiritual no local. Baseado nisso, a Polícia Civil descartou a hipótese de um acidente doméstico e instaurou inquérito para apurar um suposto homicídio culposo – quando não há intenção de matar.

“Porém, ao longo da investigação, foram ouvidas testemunhas e os médicos que atenderam a vítima, e foram juntados laudos periciais. Com esses elementos, concluímos que não houve acidente doméstico e tampouco homicídio culposo, mas sim, homicídio doloso, com dolo eventual”, explicou.

Ainda conforme o delegado, durante as investigações, foi descoberto que a criança teria sido banhada com álcool, misturado com ervas e uma vela acessa aproximada ao corpo, que fez com que ela fosse queimada viva. A partir daí, a Polícia Civil representou pela prisão temporária da mãe, dos avós e do guia espiritual e deflagrou a Operação “Invocação da Verdade”, no dia 20 de abril.

Na ocasião, os avós, a tia e a mãe de Maria Fernanda Camargo foram presos suspeitos de homicídio durante ritual de evocação e incorporação de espíritos. Também foram cumpridos 2 mandados de busca e apreensão, resultando em celulares e documentos apreendidos. Além disso, uma 6ª pessoa envolvida já foi identificada. O suspeito é um amigo do guia espiritual.

Polícia reconstitui morte de criança queimada em Frutal

Polícia reconstitui morte de criança queimada em Frutal

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Fonte: G1


16/05/2022 – Paranaíba e Máximus FM

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