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O Sol fica vermelho e, o céu, tingido de tons laranja, vermelho profundo ou mesmo roxo. Tudo se resume à às propriedades ópticas da luz do Sol que passa pela atmosfera da Terra, explica o astrônomo Edward Bloomer, do Royal Museums de Greenwich, no Reino Unido. Foi o que aconteceu nesta semana nas antigas instalações do campus da UFV próximo à Rio Paranaíba.
As imagens foram registradas nesta quinta (24). Voltando a questão propriedades ópticas da luz do Sol, precisamos entender a luz, que é composta de todas as cores do espectro visível – vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, anil (ou índigo) e violeta. “Tem tudo a ver com a dispersão da luz solar – e ela não é dispersa igualmente”, diz Bloomer. Cada cor tem um comprimento de onda diferente, e é isso que faz com que cada matiz tenha a aparência que tem.
Por exemplo, a cor violeta tem o comprimento de onda mais curto, enquanto o vermelho tem o mais longo. O próximo passo é entender nossa atmosfera, as camadas de gases – incluindo o oxigênio que respiramos – que circundam nosso planeta e tornam a vida possível.
Conforme a luz solar passa por diferentes camadas de ar – cada uma com gases de diferentes densidades – ela se adapta e se divide como se passasse por um prisma.
Além disso, existem partículas suspensas na atmosfera, que por sua vez fazem a luz dividida rebater e refletir. Quando o Sol se põe ou nasce, seus raios atingem as camadas superiores da atmosfera em um certo ângulo… e é aqui que a “mágica” começa. Conforme os raios do Sol atravessam essas camadas superiores, os comprimentos de onda azuis são divididos e refletidos em vez de serem absorvidos.
“Quando o Sol está baixo no horizonte, estamos espalhando todos os azuis e verdes e obtemos aquele brilho alaranjado e vermelho nas coisas”, diz Bloomer. Isso ocorre porque a luz de comprimento de onda mais curto (violetas e azuis) se espalha mais do que a luz de comprimento de onda mais longa (laranja e vermelho). E o resultado é uma gama de cores fascinantes no céu.
Sim, pode parecer assim, mas é apenas a aparência – fique tranquilo, pois o Sol não mudou nem um pouco. Dependendo de onde você estiver no mundo, seus céus podem ser ainda mais espetaculares agora devido às condições locais excepcionais.
“Nuvens de poeira, fumaça e coisas assim podem afetar a forma como você vê o céu”, diz Bloomer. Portanto, se você mora na Índia, Califórnia, Chile, Austrália ou certas partes da África – ou em qualquer lugar perto de areias vermelhas – sua atmosfera pode ser mais rica com partículas que refletem a luz, dependendo das condições climáticas.
“É um pouco como o que acontece em Marte, quando a poeira vermelha se espalha pelo ar, dá a impressão de que o céu é rosa avermelhado”, diz Bloomer. E mesmo se você mora longe de um deserto (ou Marte!), você ainda pode ser capaz de observar esses céus – muitas vezes a areia do Saara fica suspensa nas camadas mais altas da atmosfera e viaja pela Europa e além da Sibéria, e até mesmo pelas Américas.