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A ex-vereadora de Uberlândia Pâmela Volp, presa na Operação “Libertas”, é acusada por detentos da Penitenciária Pimenta da Veiga de praticar extorsão contra os presos da ala LGBTQIA+.
Segundo o boletim de ocorrência, registrado na segunda-feira (16), a Polícia Penal apurou que Pâmela criou esse sistema em fevereiro, no qual ela vendia produtos como cigarros, material de limpeza, comida e estabelecia juros para os “clientes”.
Ainda conforme a ocorrência, se a pessoa não pagasse, poderia sofrer diversos tipos de punição, como perder a alimentação fornecida pela penitenciária e até agressão, como alguns detentos relataram.
Durante as buscas pela cela de Pâmela, foram encontrados diversos produtos de limpeza, cigarros e doces, que foram recolhidos e entregues para a Polícia Militar (PM).
O g1 procurou a defesa de Pâmela Volp para saber se gostaria de comentar sobre as acusações e procurou a Polícia Civil para saber se o caso é investigado. Mas não obteve retornos até a última atualização da reportagem.
A produção da TV Integração contatou a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) para falar sobre o assunto, mas também não houve resposta até a última atualização da matéria.
Uma das vítimas, de 24 anos, afirmou ter sido agredida por duas pessoas a mando da ex-vereadora. O motivo é que Pâmela criou um teste para identificar se homossexuais presos da ala LBTQIA+ eram “passivos ou ativos” e essa vítima se recusou a fazê-lo, sofrendo as agressões.
Outra vítima, de 28 anos, contou que foi ameaçado e ainda relatou que pessoas trabalham a mando de Pâmela, além dela ter uma rede de proteção.
Uma terceira vítima, de 46 anos, relatou aos policiais que, por causa de uma dívida de R$ 2,5 mil, Pâmela pegou refeições dele e mandou uma pessoa agredi-lo violentamente, mas, mesmo assim, a dívida não foi considerada paga.
Presídio de Uberlândia I antigo Professor João Pimenta da Veiga , foto de 29/12/2021 — Foto: TV Integração/Reprodução
No dia 8 de novembro de 2021, a exploração sexual de travestis e transexuais foi alvo de investigação na cidade. Na época, o Gaeco deflagrou a 1ª fase da Operação “Libertas”, que visava combater uma organização criminosa e, entre os alvos, estavam a ex-vereadora Pâmela Volp, a filha dela, Paula Volp, e Lamar Bionda.
Posteriormente, outras três fases da ação foram realizadas. Uma delas resultou na prisão de Paula Coco. Ela é suspeita de fazer a ponte entre Criciúma e Uberlândia.
Durante a investigação, Pâmela e Paula Volp foram denunciadas pelo MPMG, na mesma operação, por uma tentativa de latrocínio ocorrida em 2018 contra uma travesti, em Uberlândia.
Entre os delitos cometidos pela quadrilha estão: associação criminosa, exploração sexual, manutenção de casa de prostituição, roubo, lesão corporal, homicídio, constrangimento ilegal, ameaça, posse e porte de arma de fogo.
Ainda segundo o MPMG, há relatos de que o esquema criminoso tenha iniciado em 1992 e, assim, já dura 30 anos.
O Profissão Repórter do dia 15 de março mostrou a vida das pessoas trans no Brasil, entre elas, em Uberlândia. Caco Barcellos e o repórter cinematográfico Luiz Silva e Silva acompanharam auditores fiscais do Ministério do Trabalho e Previdência que investigam a exploração sexual, as ameaças e as condições de trabalho em pensões e casas noturnas. Veja o vídeo abaixo:
Auditores fiscais do Trabalho afirmam que ex-vereadora de Uberlândia chefia grupo que explora mulheres trans e travestis