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Criado em junho de 2021 pelo padre Fabiano Roberto, o projeto Ágape tem acolhido refugiados, na maioria indígenas venezuelanos, que escolhem Uberaba para tentar recomeçar a vida no Brasil. No entanto, menos de 1 anos após a fundação, programa de acolhimento precisou passar por mudança devido às dificuldades financeiras.
Muitos dos refugiados não querem mais ficar na cidade e buscam uma forma de encontrar familiares e conterrâneos em outras regiões do país. Para isso, a Prefeitura está desenvolvendo plano para conseguir enviá-los aos destinos escolhidos. Veja abaixo.
De acordo com o idealizador do projeto, padre Fabiano Roberto, a ideia de iniciá-lo surgiu no dia 12 de junho de 2021 quando ele encontrou uma família de indígenas pedindo comida na rua, com uma criança de 2 anos no colo. No entanto, o Ágape também foi desenhado a partir de outras situações cotidianas da cidade.
“Vale destacar que o projeto estava sendo desenhado, pensado diante de algumas situações que eu contemplava nos hospitais, onde algumas situações ligadas a refugiados haitianos já aconteciam”, disse o pároco.
Só que por falta de condições financeiras, desde fevereiro de 2022 o Ágape informou que as casas usadas para o acolhimento dos refugiados seriam pedidas de volta. Por isso, o projeto precisou passar por alterações.
“A paróquia de São Geraldo não consegue manter esse sistema de acolhimento. Não vamos acabar com o projeto Ágape, mas a partir desse momento, seremos apoio, auxiliadores. Se alguém chegar à cidade, esperamos que as autoridades competentes se organizem para isso e nós seremos apoio”, explicou Fabiano Roberto.
Desde o início, o projeto acolheu 75 indígenas venezuelanos. Atualmente, 28 deles continuam acolhidos pela iniciativa católica.
“É um problema que não vai acabar. As fronteiras estão abertas e refugiados venezuelanos, ucranianos e de outras localidades estão chegando e se espalhando em diversos pontos do Brasil. Não adianta reclamar, o problema não será resolvido da noite para o dia”, disse.
Parte das famílias acolhidas pretendem seguir para outras regiões do país para ficarem próximas a outros familiares e conterrâneos. E para atender ao desejo, a Prefeitura de Uberaba vai arcar com a despesa do deslocamento, porém, não sem antes conseguir contato com a assistência social do destino.
“Nós vamos fazer o encaminhamento dessas famílias para outros locais onde elas desejam ser encaminhadas. Já tivemos a manifestação de outras pessoas que desejam encontrar familiares em outras regiões e a Prefeitura vai fazer o pagamento dessas passagens para os locais que elas queiram ir, desde que nós consigamos contato com setores de assistência social desses municípios de destino e eles autorizem o encaminhamento”, afirmou o secretário adjunto de Assistência Social, Herval Kobayashi.
Porém, para os refugiados que escolherem permanecer na cidade, o Executivo pretende oferecer o acolhimento em abrigos.
“O que queremos fazer é cofinanciar uma instituição que faça o acolhimento desses imigrantes aqui na cidade, assim como cofinanciamos as Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI). Se existir uma instituição que queira acolher esses imigrantes e queira fazer um trabalho com eles por um determinado período, para acompanhá-los e emancipá-los com documentação e currículo, vamos buscar a parceria”, concluiu Kobayashi.
O grupo de Waraos vive no Bairro Alfredo Freire. Em entrevista ao g1, eles contaram que tinham poucos recursos para pagar água, energia e comprar alimentos. Entre as queixas para conseguir um meio fixo de sustento, estavam a falta de documentação, os preconceitos e os estereótipos.
À época, em nota, a Prefeitura informou que o Centro de Referência de Assistência Social (Cras) é a porta de entrada da assistência social da cidade.
Em Uberaba, existem quase 300 pessoas vivendo em situação de imigração e refúgio. O fluxo de migração na cidade começou no fim de 2019 e se intensificou no meio de 2020. Conforme levantamento da Prefeitura, a maioria das pessoas que chegam ao município são da Venezuela.
Mapeamento de imigrantes e refugiados em Uberaba
Fonte: Prefeitura de Uberlândia