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Um relatório com a análise do perfil de vítimas de violência doméstica em Uberlândia foi disponibilizado no portal da Prefeitura.
O documento reuniu dados dos acionamentos do aplicativo Salve Maria, dos atendimentos da Casa da Mulher e da Secretaria Municipal de Saúde, entre 2017 e janeiro de 2022. O relatório apontou que a reincidência da violência contra a mulher é de 84% no município.
Veja mais abaixo os números e onde conseguir ajuda em Uberlândia.
Reincidência da violência contra a mulher em Uberlândia
Dados de 2017 a janeiro de 2022
Fonte: Prefeitura de Uberlândia
Conforme o documento, 7.239 mulheres foram atendidas no período de 17 a janeiro de 2022. No mesmo prazo, o aplicativo Salve Maria teve mais de 13 mil downloads, com 858 acionamentos do Botão do Pânico.
Nele ainda é informado os sete bairros com os maiores números de ocorrência, sendo o São Jorge o 1º da lista. Esses dados representam 24,6% do total de ocorrências registradas na cidade. Veja abaixo.
Sete bairros com mais ocorrências de violência contra a mulher em Uberlândia
Dados abrangem período de 2017 a janeiro de 2022 e computam 24,6% do total de ocorrências na cidade
Fonte: Prefeitura de Uberlândia
A idade média das vítimas apontada foi 33 anos. Em 50% dos casos, as solicitantes foram as próprias vítimas. Em seguida, com 26%, foram registadas denúncias por pessoas anônimas. A principal violência denunciada foi a física. Veja relação abaixo.
Tipo de violência praticada contra a mulher em Uberlândia
Dados de 2017 a janeiro de 2022
Fonte: Prefeitura de Uberlândia
A Prefeitura informou que, a partir dos dados levantados, será possível identificar, fazer uma busca e criar políticas públicas voltadas às mulheres de cada região.
“Como por exemplo, cursos profissionalizantes e programas sociais que incentivem a independência financeira. Principalmente, para que a mulher consiga quebrar o ciclo da violência”, reforçou a secretária municipal de Governo e Comunicação, Ana Paula Junqueira.
Mulheres vítimas de violência podem realizar denúncias em Uberlândia, através do aplicativo “Salve Maria”. Ele conta com as funções botão do pânico, denúncia e instruções de uso. Com ele, é possível reportar violências de ordem física, psicológica, patrimonial, moral e sexual.
Quando a denunciante aciona o botão do pânico, é emitido um “chamado de localização” para a Polícia Militar (PM), que é acionada de forma imediata. Ele é indicado para aquelas ocorrências que demandam extrema urgência.
Já na função denúncia, é disponibilizado um questionário com perguntas que especificam o tipo de violência, se a denúncia será anônima, dados da vítima e agressor, entre outras informações. A solicitante pode anexar fotos ou vídeos antes de enviar.
Por fim, as instruções de uso são um guia de utilização. O aplicativo pode ser baixado na Play Store, para sistema operacional Android, ou na App Store, para iOS. Desde 2020, o software criado em Uberlândia está disponível nos municípios de Patos de Minas.
Um outro canal disponibilizado na cidade é a Casa da Mulher. O espaço é destinado a vítimas de violência e fica na Avenida Nicomedes Alves dos Santos, n° 727, no Bairro Lídice.
O trabalho é feito por uma equipe de assistentes sociais e psicólogos e, além de proteção, quem procurar ajuda também recebe outros tipos de atendimento que podem auxiliar em casos de vulnerabilidade.
Na estrutura de apoio, estão incluídas a Diretoria de Proteção Social da Mulher e o Núcleo de Apoio à Mulher. Juntos, os órgãos orientam e encaminham as vítimas para rede socioassistencial.
Além disso, é neste espaço que funciona a Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher. O serviço é disponibilizado das 8h às 18h e tem ações de prevenção, apuração e investigação de crimes. A unidade é voltada para atendimentos especializados à mulheres em situação de risco e violência.
Em Uberlândia, são oferecidos cursos profissionalizantes e programas de incentivos. Um deles é o “Ela Segura”, que proporciona capacitação voltada para o empreendedorismo. Para as interessadas que não têm acesso a computadores e/ou internet os cursos são disponibilizados em 4 escolas municipais.
“Não é só atender as vítimas de violência, é tratar as causas e oferecer opções a elas. O maior meio dessas mulheres saírem da situação de violência é proporcionar autonomia, independência financeira e de vida”, comentou Iracema Marques, secretária municipal de Desenvolvimento Social, Trabalho e Habitação.
Há ainda o programa “Fomento Mulher”, que objetiva fomentar a implantação de projetos produtivos, promover a segurança alimentar e nutricional, estimular a geração de renda, bem como valorizar o trabalho da mulher na unidade de produção familiar.