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Os danos ambientais causados pelo rompimento parcial de um reservatório de água a 45 km de Uberlândia, vão além da lama que deixou a água do Rio Uberabinha barrenta. Nesta terça-feira (26), o Núcleo de Emergência Ambiental (NEA) divulgou o resultado do levantamento parcial realizado na última sexta-feira (22).
A situação é monitorada pelo Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae) desde o dia 18 de julho, quando o nível de turbidez saltou de 6 para 420 na Estação de Tratamento de Água (ETA) Sucupira. A previsão é que a turbidez caia gradativamente.
Apesar da água ter ficado escura, o Dmae informou que “não foram encontrados contaminantes químicos e que técnicos da autarquia, em caráter de precaução, monitoram o leito do rio Uberabinha”. Veja abaixo a atualização da situação.
De acordo com o NEA, em fiscalização realizada no dia 22 foi constatado que a força da água causou a remoção da vegetação de uma Área de Preservação Permanente (APP) e a exposição da argila do solo, que pode causar ainda mais degradação do solo.
Outro dano confirmado foi o transporte de sedimento para o curso do Rio Uberabinha, o que explica o escurecimento da água. A Superintendência Regional de Meio Ambiente do Triângulo Mineiro (Supram-TM) também participou da fiscalização, que informou que representantes do empreendimento onde o reservatório está localizado não apresentaram informações sobre as causas do rompimento no momento da ação, mas que tem 10 dias para apresentá-las, bem como os respectivos danos ambientais.
O auto de fiscalização da Supram-TM também solicitou que o empreendedor realize análises da água do reservatório e do rio, além da realizada pelo Dmae. Já o auto de infração está sendo elaboração, podendo ser aplicada ao empreendedor penalidade de multa e penas restritivas.
A estrutura do reservatório que rompeu, também conhecida por “piscinão”, tem 12 metros de profundidade e capacidade para armazenar 1 milhão de m³ de água usada na irrigação de lavoura. O rompimento do reservatório atingiu quase 51 hectares – área equivalente a mais de 47 campos de futebol – sendo 17 hectares de lavoura de milho e 33 de Área de Preservação Permanente (APP).
Reservatório de água se rompeu em Uberlândia, em uma fazenda a 45km da cidade — Foto: Arquivo Pessoal
Os sedimentos transportados pelo vazamento do reservatório deixaram a água do Rio Uberabinha barrenta e fez com que o Departamento Municipal de Água e Esgoto de Uberlândia monitorasse a situação na ETA Sucupira. Na segunda-feira (18), o nível de turbidez da água na estação saltou de 6, que é considerado normal, para 420.
A turbidez é uma propriedade física de fluídos que aponta o quanto a presença de materiais interfere na passagem de luz por ele, ou seja, deixa o fluído menos transparente.
De acordo com o Dmae, a turbidez na ETA Sucupira iria diminuir gradativamente com o passar dos dias. Nesta terça-feira, o g1 solicitou ao departamento a atualização do nível de turbidez na estação, mas não obteve retorno até a última atualização da reportagem.
Em nota enviada na semana passada, o Dmae informou que o sistema de produção e tratamento de água de Uberlândia estava funcionando plenamente e não havia risco de desabastecimento na cidade. Na nota, o departamento também afirmou que “não foram encontrados contaminantes químicos e que técnicos da autarquia, em caráter de precaução, monitoram o leito do rio Uberabinha”.
A diminuição da transparência da água fez com que a vazão de água tratada diminuísse pela metade, passando de 1.000 litros para 500 litros por segundo. De acordo com Celismar Costa, gerente ambiental do Dmae, a baixa qualidade da água levou ao uso de mais produto químico.
O Dmae passou a utilizar parte da água tratada pela Capim Branco, para que o abastecimento não fosse prejudicado.
Água tem aspecto barrento próximo à ETA Sucupira, em Uberlândia — Foto: TV Integração/Reprodução