
MENU

O incidente ocorreu em agosto de 2021 quando o grupo era transportado para o trabalho. O motorista e 15 funcionários foram surpreendidos pelas chamas.
Um trabalhador morreu no local. Outros 12 funcionários foram socorridos e 2 deles não resistiram aos ferimentos e morreram. Relembre abaixo.
De acordo com o operador de máquina agrícola, Albertino Guedes Barbosa, as queimaduras atingiram diversas partes do corpo e atrapalham a vida dele. Albertino trabalha na Usina BP Bunge – Ituiutaba Bioenergia há 9 anos, mas está afastado desde o incêndio.
“Eu queimei a testa, as orelhas, a boca, um pouco do rosto, as mãos. Foi muito complicado, por que o primeiro socorro foi no Hospital Nossa Senhora da Abadia, depois fomos encaminhados para Sertãozinho (SP). Lá, fiquei 26 dias internado”, disse o operador.
Outro trabalhador que sofre com as sequelas do acidente é o mecânico automotivo da usina André Luís Grassi Espíndola. Ele sofreu queimaduras de segundo e terceiro graus e chegou a ficar internado em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O mecânico também passou por cirurgia para realizar enxerto nas mãos.
Trabalhador da Usina BP Bunge – Ituiutaba Bioenergia ferimento mãos queimaduras — Foto: TV Integração/Reprodução
Ainda segundo André Luís, mesmo afastados, os trabalhadores recebem suporte médico da usina desde o acidente. Os salários são pagos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), mas até o momento não receberam nenhum tipo de indenização.
“Com questão à indenização, não tivemos nenhum acordo. Nenhum representante da empresa nos procurou nesses 6 meses do acidente, para saber se nós temos algum direito. Não podemos ficar assim”, disse o mecânico.
André e outros 7 funcionários ajuizaram ação trabalhista contra a empresa por danos estéticos, morais e materiais.
“Não tivemos culpa pelo acidente e que sejamos indenizados, pois as marcas nós vamos carregar pelo resto da vida”, pontuou Albertino Guedes Barbosa.
Em nota, a Usina BP Bunge – Ituiutaba Bioenergia afirmou que, desde o acidente, mantém diálogo permanente para identificar as necessidades de assistência, prestando todo apoio aos colaboradores e familiares, incluindo custeio integral dos tratamentos médicos, hospitalares e domiciliares, além de outros auxílios.
Trabalhadores aguardam indenização após incêndio que destruiu ônibus em Ituiutaba
Conforme o mecânico automotivo, quando viu o fogo se alastrar na direção do ônibus, o motorista tentou fazer uma conversão no meio do canavial. No entanto, foi atingido pelas chamas.
“O motorista tentou fazer uma conversão e acabou caindo dentro do fogo mesmo. Aí o ônibus ‘afogou’, foi tomado por fumaça e fogo. Foi aí que começou o desespero de todo mundo morrer queimado. Alguns amigos tentando estourar a porta, outros tentando estourar vidro. O fogo era tão forte que quando a porta abriu ele começou a entrar dentro e batia no teto do ônibus e não dava para ver os degraus para descer. A gente colocava a mão no rosto e pulava”, disse André Luís Grassi Espíndola.
O Corpo de Bombeiros foi acionado e a ocorrência foi atendida por 3 militares. Segundo o soldado Geraldo Rocha, o incêndio foi uma das ocorrências mais graves que ele atendeu.
“Ao chegar no local nos deparamos com o ônibus completamente em chamas, já havia sido totalmente destruído. Poucos metros à frente encontramos a primeira vítima fatal. Sem dúvida, era uma situação muito crítica”, afirmou Rocha.
O incêndio ocorreu em agosto de 2021 quando o ônibus com trabalhadores da Usina BP Bunge – Ituiutaba Bioenergia passava por um canavial e foi surpreendido pelas chamas. Das 16 pessoas que estavam no veículo, uma morreu, 12 foram levadas para hospitais e 3 não se feriram.
A fuga dos trabalhadores foi registrada por quem estava dentro do ônibus. Imagens também mostram eles correndo pelo canavial.
Duas vítimas mais graves foram encaminhadas para o Hospital São Lucas, em Ribeirão Preto (SP), e foram sedadas e intubadas 2 dias depois. A Polícia Civil abriu inquérito para apurar o caso no início de setembro.
Um dos trabalhadores internados morreu em 12 de setembro. Duas semanas depois, o terceiro trabalhador morreu.