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Seis meses após anúncio, obras para prevenção de inundações na avenida Rondon Pacheco ainda não começaram em Uberlândia | Triângulo Mineiro


A construção de quatro represas ao longo do Córrego Lagoinha, entre o Bairro Santa Luzia e o Camaru, para captação de águas pluviais antes que o volume deságue na avenida, e a instalação de um sistema automatizado de alerta na Rondon, foram anunciadas no dia 9 de fevereiro. Veja abaixo.

Na época, o prefeito Odelmo Leão afirmou que a previsão era que o processo licitatório para a contratação da empresa que vai realizar a obra seria lançado ainda em fevereiro e que os trabalhos começariam entre abril e maio deste ano. O prazo de execução é de 24 meses.

De acordo com a Prefeitura, a Secretaria Municipal de Obras precisou fazer uma reanálise do projeto e que está finalizando o edital. A previsão é que a publicação do documento ocorra nos próximos dias.

Segundo o Executivo, as obras estão orçadas em R$ 30 milhões, sendo que R$ 18 milhões vão ser da parte que o município vai receber do Governo de Minas Gerais no acordo firmado com a mineradora Vale pela tragédia de Brumadinho. O restante vai ser quitado com recursos próprios.

O estudo das bacias de Uberlândia começou em 2020 e o levantamento feito por uma empresa de Goiânia (GO) foi entregue no fim de 2021 (veja abaixo).

No dia 28 de janeiro, a Justiça deu ao Município e ao Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae) o prazo de 90 dias para apresentarem estudo técnico sobre a drenagem da Bacia do Rio Uberabinha e do entorno da avenida Rondon Pacheco.

De acordo com o secretário de Gestão Estratégica, Raphael Silveira, o principal problema da avenida Rondon Pacheco é a água que desce das partes mais altas, por meio de dois córregos, o Jataí e o Lagoinha.

O córrego Jataí está canalizado embaixo da avenida Anselmo Alves dos Santos. Para diminuir o volume de água que desce por ele, a Prefeitura realizou obras nos últimos anos e parte da água passou a ser contida no lago do Parque do Sabiá.

Já o córrego Lagoinha, ainda não conta com mecanismos de retenção da água da chuva e segue o leito até desaguar no Córrego São Pedro, logo abaixo da Rondon Pacheco.

Segundo o gestor, para evitar que a água da parte alta do Córrego Lagoinha chegue rapidamente à avenida Rondon Pacheco, quatro represas vão ser construídas ao longo do leito do córrego, sendo as três primeiras no bairro Santa Luzia.

A primeira já existe entre a rua Ana Cardoso da Silva e a avenida Jaime de Barros, mas vai ter a capacidade ampliada de seis mil m³ para 21 mil m³. A segunda vai ficar entre a avenida Jaime de Barros e a rua Vasco Macia e vai ter capacidade para 33 mil m³.

A terceira, e maior delas, vai ser construída entre as ruas Vasco Macia e Saldanha Marinho e terá capacidade de 180 mil m³. Com a construção da represa, a rua Saldanha Marinho precisará ser elevada e ficará 1,7 m acima do nível atual.

Já a última represa ficará dentro do Parque de Exposições do Camaru, que fica entre os bairros Pampulha e Granada. Esta vai ser interligada com a anterior por duas galerias que vão passar por baixo da rua Saldanha Marinho e vai comportar até 53 mil m³.

Após a quarta represa, o fluxo controlado de águas seguirá o percurso natural do Córrego Lagoinha até encontrar o Córrego Mogi e chegar nas galerias da Rondon Pacheco. Além dos bolsões, também está prevista a construção de 20 km de redes auxiliares e galerias que vão direcionar a água da chuva para eles, e dissipadores de volume para evitar erosões ao longo do leito.

Ainda segundo Raphael Silveira, as represas não vão modificar o curso do córrego. A expectativa é que a obra reduza o volume de água na avenida Rondon Pacheco de 180 mil litros por segundo durante chuvas extremas, para 46 mil litros por segundo.

“O sistema vai funcionar assim, quando a primeira represa encher um vertedouro vai permitir que a água desça para a segunda. Quando a segunda encher, passa para a terceira e depois para a quarta. Assim, quando toda a água da chuva encher as represas, a chuva já terá se dissipado e não haverá problema de fluxo na Rondon Pacheco”, pontuou o secretário.

Toda a obra será feita dentro de área pública e não haverá nenhum processo de desapropriação, mas necessita de autorização de órgãos ambientais. O prazo total de execução é de 24 meses.

Prefeitura de Uberlândia anuncia obra drenagem água pluvial chuva represas córrego Lagoinha inundação Rondon Pacheco 09/02/2022 — Foto: Prefeitura de Uberlândia/Reprodução

Prefeitura de Uberlândia anuncia obra drenagem água pluvial chuva represas córrego Lagoinha inundação Rondon Pacheco 09/02/2022 — Foto: Prefeitura de Uberlândia/Reprodução

Conforme o secretário de Gestão Estratégica, o projeto também prevê intervenção direta na avenida Rondon Pacheco. Um sistema automatizado de monitoramento e emissão de alerta vai ser instalado dentro da galeria do Córrego São Pedro e alertas visuais vão ser instalados nos postes de iluminação da via.

Os sensores na galeria vão monitorar o nível do córrego durante 24 horas. Quando a água chegar em determinado nível, luzes amarelas vão se acender como alerta de atenção. Se o nível continuar subindo e se tornar preocupante para alagamento da avenida, a luz vai mudar de amarelo para vermelho, o que significa que motoristas e pedestres devem sair imediatamente da pista.

Reprodução sistema automatizado de alerta de enchente da avenida Rondon Pacheco em Uberlândia — Foto: Prefeitura de Uberlândia/Reprodução

Reprodução sistema automatizado de alerta de enchente da avenida Rondon Pacheco em Uberlândia — Foto: Prefeitura de Uberlândia/Reprodução

Determinação da Justiça

Enxurrada na Avenida Rondon Pacheco causada pela chuva no dia 16 de janeiro — Foto: Luiz Humberto Carneiro/Reprodução

Enxurrada na Avenida Rondon Pacheco causada pela chuva no dia 16 de janeiro — Foto: Luiz Humberto Carneiro/Reprodução

Dias antes do anúncio, a Justiça tornou público que a Prefeitura de Uberlândia e o Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae) teriam 90 dias para apresentar estudo técnico sobre a drenagem da Bacia do Rio Uberabinha e do entorno da Avenida Rondon Pacheco. A determinação foi do juiz João Ecyr da Mota Ferreira.

O magistrado acatou medida cautelar contra o Município e a autarquia proposta pelo promotor de Justiça do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), Fernando Martins. O documento pedia que medidas para evitar danos provocados pelas chuvas fossem desenvolvidas.

Entre as chuvas citadas está a que atingiu a cidade no dia 16 de janeiro, quando várias ruas e avenidas, entre elas a Rondon Pacheco, ficaram alagadas. A força da água também arrastou carros e motos e alagou um hospital particular. Relembre abaixo.

Liminar determina que Prefeitura de Uberlândia adote medidas para evitar danos pela chuva

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O magistrado também argumentou que como resultado da omissão da Prefeitura e do Dmae, as chuvas causam inúmeros danos ao setor privado e à administração pública, pois há necessidade da realização de reparos feitos a partir de recursos públicos.

Na decisão, o juiz determinou que fosse apresentado estudo técnico com as deficiências existentes na infraestrutura e propostas de soluções definitivas.

A decisão também pediu que o Executivo e a autarquia apresentassem modelos de operação assistida de trânsito para que o tráfego seja bloqueado na avenida Rondon Pacheco antes que a via transborde.

As fortes chuvas que atingem a cidade anualmente causam alagamentos de várias vias. O último registro foi na tarde de 16 de janeiro. Na ocasião, a Climatologia da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) registrou precipitação de 75,4 mm na Estação do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), no setor leste.

Na avenida Rondon Pacheco automóveis foram carregados com a força da água e o asfalto arrancado em vários pontos. A água subiu tanto que inundou parte do Hospital Santa Marta, que precisou fechar o pronto atendimento até a manhã do dia seguinte.

Em outras ruas e avenidas da cidade, o trânsito foi parcial ou totalmente interditado devido a queda de árvores. Na avenida Anselmo Alves dos Santos, próximo ao Parque do Sabiá, os bueiros foram obstruídos e provocaram alagamento. Na avenida Presidente Médici, no bairro Altamira, a força da água comprometeu o asfalto.

No Praia Clube, o alagamento atingiu a área de estacionamento e carros boiaram. Dentro do clube, áreas de bares e restaurante foram atingidos.

No dia seguinte, a Prefeitura realizou trabalho de limpeza e rescaldo. Somente os reparos na Rondon Pacheco custaram entre R$ 350 mil e R$ 450 mil.

Chuva atinge vários pontos do Praia Clube em Uberlândia

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Fonte: G1


09/08/2022 – Paranaíba e Máximus FM

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