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Chuva em Patos de Minas: nível do Rio Paranaíba baixa quase 60cm em 2 dias; Ponte do Arco é liberada, mas BR-365 segue interditada


Depois de chegar a 11,73 metros acima do normal no último sábado (12), o nível do Rio Paranaíba baixou para 11,15m nesta segunda-feira (14), segundo medição feita pelo Corpo de Bombeiros. O valor representa uma queda de 58 centímetros em menos de 48 horas.

Com a redução no nível da água, a Prefeitura liberou o trânsito na Ponte do Arco, no fim da Avenida Joaquim Fubá, que estava interditada desde a última quinta-feira (10). Equipes da Secretaria de Obras e da Defesa Civil avaliaram a estrutura e permitiram o fluxo de veículos com, no máximo, 15 toneladas.

Por outro lado, a Ponte sobre o Córrego dos Vieiras, na BR-365, continua fechada devido aos danos estruturais causados pela chuva. Veja detalhes mais abaixo.

Apesar da queda no nível do rio, o número de pessoas desalojadas e desabrigadas pelas chuvas subiu para 380, de acordo com levantamento da Defesa Civil.

Rio Paranaíba sofre cheia em Patos de Minas — Foto: Corpo de Bombeiros/Divulgação

Rio Paranaíba sofre cheia em Patos de Minas — Foto: Corpo de Bombeiros/Divulgação

O trânsito na Ponte dos Vieiras, que fica no km 428 da rodovia BR-365, em Patos de Minas, continuava interditado para reparos estruturais às 14h desta segunda-feira. O trecho está fechado desde a tarde de domingo (13) para que seja possível reparar os danos causados pela água do Rio Paranaíba, que subiu devido ao grande volume de chuvas.

Ponte sobre a BR-365 está danificada em Patos de Minas — Foto: Redes Sociais

Ponte sobre a BR-365 está danificada em Patos de Minas — Foto: Redes Sociais

O bloqueio foi montado em frente ao posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF), a 5 quilômetros do trevo que dá acesso à rodovia na saída da cidade. No local, funcionários do Departamento Nacional de Infraestrutura de Trânsito (Dnit) orientam os motoristas sobre a interdição.

Apesar das indicações, condutores têm reclamado de que não há indicativos da paralisação até a chegada ao bloqueio.

“Fica difícil, comentei que eles [técnicos do Dnit] deveriam avisar [sobre a interdição] antes de entrarmos para cá pelo trevo”, afirmou o caminhoneiro José Araújo à TV Integração.

Entre às 18h30 de sexta-feira (11) até a manhã de sábado (12), a água começou a se aproximar das bordas da estrutura da ponte, o que provocou rachaduras e a formação de uma cratera no local. Até então, o trânsito estava sendo operado em meia pista.

Segundo a Prefeitura, a melhor opção de desvio, com cerca de 198 km, é por meio da BR-354 (veja o mapa abaixo). Ainda segundo o Município, as obras de reparação no local são de responsabilidade do Dnit.

Em nota, o Dnit informou que os técnicos que monitoram a ponte desde a última quinta-feira (10) detectaram um abatimento lateral no solo, o que pode causar danos à estrutura, além de oferecer riscos para os usuários da via.

Ainda segundo o órgão, equipes seguem no local buscando a melhor forma de restabelecer o fluxo de veículos com rapidez e segurança. Não há previsão de liberação do tráfego.

Rota alternativa trânsito interditado Ponte dos Vieiras Patos de Minas 13-02-2022  — Foto: Reprodução/Google Maps

Rota alternativa trânsito interditado Ponte dos Vieiras Patos de Minas 13-02-2022 — Foto: Reprodução/Google Maps

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Desalojados e desabrigados

De acordo com o boletim emitido pela Defesa Civil nesta segunda-feira, das 380 pessoas afetadas pelas chuvas, 315 estão desalojadas e foram acolhidas na casa de parentes ou amigos. Outras 65 pessoas de 28 famílias ficaram desabrigadas e precisarem ser recolhidas em abrigos montados pela Prefeitura e por voluntários.

Como as escolas municipais que receberam as vítimas da primeira cheia, em janeiro, estão tendo aulas, os moradores foram destinados, em sua maioria, para associações beneficentes. Veja a distribuição abaixo.

  • Associação Beneficente Doutor Paulo Borges: 10 famílias (22 pessoas, sendo 2 crianças);
  • Associação de Moradores do Bairro Vila Rosa: 6 famílias (16 pessoas, sendo 1 criança);
  • Associação dos Moradores do Bairro Jardim Paulistano: 8 famílias (13 pessoas, todas adultas);
  • Barracão do Ferro Velho Rodas, no Bairro Jardim Paulistano: 1 família (5 pessoas, todas adultas);
  • Barracão da loja Móveis Planejados, no Bairro Jardim Paulistano: 3 famílias (9 pessoas, sendo 1 criança).

Em entrevista à TV Integração, o prefeito Luís Eduardo Falcão (Podemos) afirmou que já há estudos para retirar as famílias que vivem às margens do rio e realocá-las para regiões mais altas da cidade, para evitar que mais pessoas fiquem desalojadas.

“Ao longo das últimas décadas, algumas famílias já foram retiradas, mas centenas de residências ainda estão nas áreas de risco. Há um trabalho junto à Defesa Civil do estado e ao Governo Federal para pleitearmos recursos para a construção de novas casas para essas pessoas”, afirmou o prefeito no MG1 desta segunda.

  • VÍDEO: Veja momento em que cãozinho é resgatado do Córrego do Monjolo, em Patos de Minas
Chuvoso nublado Patos de Minas — Foto: Luís Fellipe Borges/g1

Chuvoso nublado Patos de Minas — Foto: Luís Fellipe Borges/g1

Segundo dados fornecidos pelo climatologista Lanzoerques Júnior, só nos 10 primeiros dias de fevereiro, foram registrados mais de 280 mm de precipitação em Patos de Minas. Esse volume é maior que a média de chuva esperada para todo o mês, que era de pouco mais de 200 mm.

Volume de chuvas em Patos de Minas em fevereiro

DiaVolume de chuva (em milímetros)
01/0215,6
02/0267,4
03/022,4
04/0253,4
05/0270,2
06/0218,2
07/0217
08/0226,2
09/029,2
10/02 (até 11h)0,8
Total280,8

Além disso, o Corpo de Bombeiros informou que, entre 31 de janeiro e 13 de fevereiro, foram registrados 352,55mm de precipitação na cidade, segundo medição feita pela estação meteorológica montada no 12º Batalhão.

Um alerta amarelo de perigo de chuvas intensas para Patos de Minas e região foi emitido pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) nesta segunda-feira. O aviso começou a valer às 11h e está previsto para terminar às 10h de terça-feira (15).

Segundo o órgão, são esperadas chuvas entre 20 e 30 milímetros em uma única hora, ou então, 50 milímetros em um dia. As rajadas de vento devem ficar entre 40 km/h e 60 km/h.

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Enchente do Rio Paranaíba nos Bairros Jardim Paulistano e Vila Rosa em Uberlândia — Foto: Corpo de Bombeiros/Divulgação

Enchente do Rio Paranaíba nos Bairros Jardim Paulistano e Vila Rosa em Uberlândia — Foto: Corpo de Bombeiros/Divulgação

O alto volume de chuvas nos primeiros dias de janeiro fez com que o nível do Rio Paranaíba e de afluentes, como o Córrego do Monjolo, subisse rapidamente em Patos de Minas. O auge da cheia ocorreu no dia 13 de janeiro, quando a água do rio chegou a estar cerca de 12 metros acima do volume normal na cidade.

Segundo o Corpo de Bombeiros, nos 3 primeiros dias do ano, foi contabilizado um volume de 46,73 mm na estação meteorológica do 12º Batalhão dos Bombeiros Militares. Além disso, de acordo com dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a média de chuva para todo o mês de janeiro em Patos de Minas era de 287 mm, mas, no dia 9, já haviam sido registrados 287,1 mm de precipitação.

Com as chuvas, a água do rio invadiu casas e levou à interdição de ruas. Construção simbólica na cidade, a Ponte do Arco, na Avenida Joaquim Fubá, ficou fechada por 3 dias depois que o nível ultrapassou as bordas da estrutura.

Rio Paranaíba transbordou sobre a Ponte do Arco, no Bairro Nossa Senhora Aparecida em Patos de Minas — Foto: Corpo de Bombeiros/Divulgação

Rio Paranaíba transbordou sobre a Ponte do Arco, no Bairro Nossa Senhora Aparecida em Patos de Minas — Foto: Corpo de Bombeiros/Divulgação

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No dia 8 de janeiro, o prefeito Luis Eduardo Falcão (Podemos) decretou estado de emergência na cidade, que foi reconhecido pelo governador Romeu Zema (Novo) no Diário Oficial do dia 13. Para auxiliar as vítimas das enchentes, a Prefeitura também lançou a campanha “Patos Solidária”, que arrecadou donativos e chegou a angariar mais de R$ 20 mil para as famílias afetadas nas primeiras 24 horas.

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Fonte: G1


14/02/2022 – Paranaíba e Máximus FM

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