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Natural de Sacramento, a escritora Carolina Maria de Jesus, também conhecida como ‘Bitita’, ganhará uma estátua na cidade de São Paulo. Autora de clássicos da literatura nacional, como a obra ‘Quarto de despejo: Diário de uma favelada’ (1960), Carolina é um símbolo da cultura negra no país.
A homenagem foi anunciada pela Prefeitura em agosto de 2021. Segundo o Município, a medida se insere numa ampla política de promoção da igualdade racial e valorização da diversidade étnica na capital.
Além de Carolina, também serão homenageados: o sambista Geraldo Filme; o bicampeão olímpico do atletismo, Adhemar Ferreira da Silva; a sambista e ativista negra Deolinda Madre e o cantor e músico Itamar Assumpção.
A estátua foi encomendada pela Prefeitura e passa por acabamentos em Belo Horizonte. A previsão é que a escultura seja inaugurada nas próximas semanas.
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Estátua da escritora Carolina de Jesus, de Sacramento, será instalada em São Paulo, SP
Apesar da homenagem, parentes e admiradores da escritora têm trabalhado para trocar o local em que a estátua será instalada. A princípio, a escultura de Carolina será colocada no Parque Linear de Parelheiros, Bairro na Zona Sul de São Paulo, onde a mineira viveu durante parte da vida.
Porém, segundo a filha de Carolina, Vera Eunice Lima, o parque é um local de pouco movimento, e o acesso não é facilitado. O desejo da famílias e de membros da comunidade negra é que a estátua seja colocada na praça central do bairro.
“Carolina Maria de Jesus não é só minha mãe, ela é do mundo. Ela representa a literatura brasileira, então acho justo que ela fique em um lugar onde todos possam reverenciá-la”, afirmou Vera em entrevista à TV Integração nesta quarta-feira (23).
Projeto Negro Muro homenageia autora Carolina Maria de Jesus em parceria com escola na Zona Sul do Rio de Janeiro — Foto: Divulgação
Nascida em Sacramento no dia 14 de março de 1914, Carolina Maria de Jesus viveu boa parte da vida na favela do Canindé, em São Paulo. Autora de obras clássicas da literatura brasileira, a escritora começou a ficar famosa em 1958, quando trechos do diário dela, que trabalhava como catadora de papel, foram publicados pelo extinto jornal “A Noite”.
Ela tinha cadernos com romances e poemas que começou a escrever na infância, ainda em Sacramento. Carolina Maria de Jesus só estudou dois anos, que foram suficientes para ela criar uma paixão pela escrita.
“O sonho de Carolina era escrever um livro. Um dos momentos mais felizes da vida da minha mãe foi quando ela viu o nome dela na capa de Quarto de Despejo”, conta a filha dela, Vera Eunice.
Lançado em 1960, o primeiro livro de Carolina Maria de Jesus, “Quarto de Despejo”, foi um sucesso. A escritora vendeu 3 milhões de livros, em 16 idiomas; ela viajou pelo Brasil e atraiu multidões.
A escritora morreu aos 62 anos, em São Paulo, em 13 de fevereiro de 1977, vítima de insuficiência respiratória. Em 2021, ela foi homenageada com o título de doutor honoris causa da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
No vídeo abaixo, publicado pelo g1 em celebração ao Dia da Consciência Negra de 2020, conheça mais sobre a vida da escritora:
O que nos une: conheça a escritora Carolina Maria de Jesus
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